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capital humano
12/06/2007
87% dos professores já presenciaram casos de violência na escola

 

Karina Costa
especial para o GD


Oitenta e sete por cento dos professores da rede pública de ensino do Estado de São Paulo confirmam conhecer casos de violência dentro das escolas. Tráfico e consumo de drogas, por exemplo, são situações presenciadas por aproximadamente 70% dos professores.

Os dados são de uma pesquisa do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), feita com 684 professores, com o objetivo de entender qual a percepção dos professores em relação à violência no ambiente escolar.

Agressão verbal é a modalidade de violência mais rotineira. Noventa e seis por cento dos professores declaram já terem presenciado algum episódio desse tipo. Além disso, completam a lista atos de vandalismo, apontados por 88,5% dos professores, agressão física, citada por 82% e casos de furto, lembrados por 76,4%.

"Essa violência atinge a todos, professores, alunos, funcionários e comunidade", lembra o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro. De acordo com os dados, 74% dos entrevistados disseram conhecer casos de ameaças a professores dentro da escola e 68% revelaram conhecer situações em que alunos sofreram ameaças. "Não é uma pesquisa com dados surpreendentes, mas, sem dúvida, vem a reforçar a visão de que a situação é extremamente preocupante e de que providências devem ser tomadas", diz.

As principais causas da violência, segundo os professores entrevistados, são o conflito entre alunos (76%), o consumo de drogas e álcool (63%), a falta de funcionários (60%) e a pobreza generalizada (45,6%). Na opinião dos educadores, em 93,3% dos casos, os alunos são os responsáveis pela violência. Pessoas desconhecidas são responsáveis por 31,6% dos casos e 25,2% das situações são causadas por pais ou responsáveis.

Para a mestra em educação e linguagem e especialista em questões relacionadas à disciplina em sala de aula, Anna Rita Sartore, existem dois tipos de violência: um deles está na sociedade (a marginalidade e o banditismo que invadem a escola), o outro é a violência causada dentro da própria instituição. "No primeiro caso, a resolução compete não às escolas, mas ao poder público. É uma questão de polícia, está fora da alçada pedagógica da escola", explica. "Já a violência causada dentro da escola acontece porque há frouxidão de limites da instituição para com os estudantes. A escola, sendo o primeiro meio de convívio social dos alunos, deve primar pelos limites e pela ética", analisa.

A pesquisa demonstra ainda que 39% dos alunos se sentem inseguros a ponto de deixarem de ir às aulas. Vinte e nove por cento dos professores não se sentem seguros e, por isso, deixam de lecionar. "Para o ensino-aprendizagem acontecer, é preciso, no mínimo, haver um ambiente em que as pessoas possam se relacionar. Os dados coletados revelam a falta de condições de trabalho dentro dessas instituições, o que inclui a precariedade da infra-estrutura, a indisciplina, a falta de funcionários e a carga horária reduzida", aponta Castro.

Tanto Castro quanto Sartore defendem uma gestão democrática como caminho para a redução da violência nas escolas. "A comunidade deve participar da elaboração do projeto pedagógico da escola", sugere Castro. "É preciso integrar a comunidade, os serviços de saúde, a assistência social e o Conselho Tutelar, entre outras instituições, para desenvolver uma educação mais abrangente. O professor não pode mais ser o 'faz-tudo' na escola e abarcar, inclusive, o papel de psicólogo, de pai ou de mãe", defende o presidente da Apeoesp.

"Essa gestão deve incluir também reuniões de pais com discussões que vão além das notas no boletim escolar. Só essa parceria modificará a situação. Pais, alunos e professores passarão a se entender e a enxergar que estão em busca de um mesmo objetivo: formar cidadãos de bem. Isso trará de fora mais respeito à instituição e a seus colaboradores. Além disso, a comunidade e o corpo pedagógico estarão unidos e prontos para gritar ao poder público, pedindo o respaldo que ele é obrigado a dar", acredita Sartore.

Uma experiência nas redes pública e particular de ensino de Curitiba (PR) ajuda professores a identificarem mais facilmente alunos que estejam sofrendo tal punição também fora desse ambiente. Trata-se de uma capacitação acompanhada de uma cartilha com dicas de como fazer essa identificação. Cerca de 13 mil profissionais que lecionam na rede pública e duas mil escolas particulares participam da ação desenvolvida pelo Hospital Pequeno Príncipe em parceria com a Prefeitura e o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR).

"O aluno passa metade do seu dia na escola, portanto, se um grupo é capacitado para identificar casos de violência, conseguimos combatê-la precocemente", acredita a diretora de Relações Institucionais do hospital, Ety Cristina Forte Carneiro. Segundo ela, no Brasil, os professores são responsáveis por cerca de 8% das denúncias de maus-tratos. A rede criada em Curitiba faz com que os profissionais gerem 31% desse tipo de denúncia.



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