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capital humano
13/03/2007
Surge nova profissão: o alcoolquímico

 

da Redação

Os profissionais do ramo químico estão descobrindo novas alternativas para substituir o petroléo na fabricação de produtos. O desenvolvimento do novo plástico se dá a partir da cana-de-açúcar. A descoberta partiu dos alcoolquímicos, segmento profissional que estuda as propriedades da cana como alternativa para uma produção mais ecológica.


Veja as invenções:
Nem açúcar nem álcool. Investidor busca alternativas

Grupos lançam novos produtos derivados da cana, como é o caso do plástico biodegradável PHB

Nem só para fabricar cachaça, açúcar e álcool serve a cana-de-açúcar. A partir do melaço, vinhaça e bagaço, subprodutos da cana, é possível produzir desde energia elétrica a nutrientes para alimentação do homem e animais e componentes da indústria química e agrícola.

É possível, por exemplo, fabricar salgadinhos, rações, remédios, xampus, sabonetes, sorvetes, papel, madeira de aglomerado, palmitos, inseticidas, vodca, licores e até potinhos de iogurte e de margarina, canetas, telefones e uma infinidade de objetos de plástico biodegradável. Houve até quem retirou diamante da cana, como o engenheiro Viktor Baranauskas, de Campinas (SP).

Por isso, não é estranho que cada vez mais empresas brasileiras e estrangeiras aumentem os investimentos no País atrás de outros produtos além do etanol e do açúcar. A gigante japonesa Ajinomoto, por exemplo, foi uma das primeiras a descobrir as vantagens da biotecnologia a partir da cana. Desde 97, a empresa já investiu US$ 150 milhões em duas unidades, em Valparaíso e Pederneiras, no interior de São Paulo, para fabricar até 130 mil toneladas por ano de lisina.

Retirada do xarope ou do açúcar da cana, por um processo de fermentação da sacarose, a lisina é um aminoácido que serve para balancear rações de animais, sobretudo aves e suínos. Atualmente, a empresa emprega 400 trabalhadores nas duas unidades, que garantem à Ajinomoto a liderança mundial no mercado de lisina. Segundo o diretor da empresa no Brasil, Júlio Myamoto, a lisina também pode ser retirada da beterraba, outra matéria-prima do açúcar. A tonelada da lisina custa cerca de US$ 1,5 mil.

Outra grande multinacional é a Alltech, líder mundial na fabricação de nutrientes para ração animal, que investiu US$ 35 milhões na construção da maior fábrica de levedura do mundo, em São Pedro do Ivaí, interior do Paraná. A unidade fabrica nutrientes e aditivos a partir de cepas especiais criadas em laboratórios de biociências da Alltech nos Estados Unidos, Canadá e Irlanda, informa o diretor da Alltech para a América Latina, Roberto Valeixo.

Os nutrientes fortalecem a saúde de animais consumidos pelo homem. Em alguns casos, substituem antibióticos, rejeitados pelos europeus. As pesquisas indicaram que o melaço da cana-de-açúcar é a fonte de alimentação para as cepas, que serão transformadas em dezenas de produtos e exportadas para mais de 60 países.

A Zillor é outra empresa brasileira que apostou no mercado de levedura e investiu US$ 25 milhões na criação da Biorigin, empresa que vai produzir 18 mil toneladas/ano de levedura para exportação.

A Biorigin ainda vai receber mais US$ 20 milhões para aumentar sua produção, informa Mário Weltman Steinmetz, diretor da empresa, em Lençóis Paulista (SP).

Na região de Ribeirão Preto, as usinas descobriram há muitos anos as outras utilidades da cana. Na safra deste ano, as grandes novidades serão lançadas pela Usina São Francisco, de Sertãozinho, que vai produzir uma cera para fabricar cápsulas de medicamentos e um açúcar que não usa mistura química para se tornar branco.

Dois grupos tradicionais de usineiros da região - Irmãos Balbo e Irmãos Biagi - investiram US$ 40 milhões para montar a PHB Industrial Ltda., que fabrica o plástico biodegradável, chamado de PHB (polihidroxibutirato). O plástico é fabricado por um processo de biotecnologia, com bactérias que se alimentam de açúcar e convertem o produto em poliéster.

O novo plástico vai substituir o polipropileno, o polietileno e o isopor na fabricação de objetos feitos por injeção e termoformados, como canetas, telefones, embalagens de margarina, iogurtes e outros produtos, como copos plásticos, que serão biodegradáveis.

O diretor-executivo da PHB, Sylvio Ortega, diz que a planta ainda é considerada piloto e produz 50 toneladas de PHB por ano, mas a produção industrial em escala estará pronta a partir de 2009, quando serão produzidas 4 mil toneladas/ano, para ser ampliada para 10 mil toneladas/ano a partir de 2011. 'Fabricar o PHB vai ser muito mais rentável do que fabricar álcool e açúcar', afirma Ortega.

Livro
As possibilidades de aproveitamento dos subprodutos da cana-de-açúcar levaram à publicação do livro O Novo Ciclo da Cana, lançado no ano passado por meio de uma parceria entre o Instituto Euvaldo Lodi, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O livro mostra mais de 60 novas tecnologias que usam a cana-de-açúcar como matéria-prima em diferentes setores industriais.

A coordenadora do estudo, professora Maria Rita Pontes Assumpção, da Universidade Federal de São Carlos, apresenta pelo menos 40 produtos com grandes facilidades técnicas e econômicas de produção. O livro está disponível gratuitamente para download na internet nos sites www.iel.cni.org.br e www.sebrae.com.br.

Chico Siqueira
O Estado de S.Paulo.

   

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