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capital humano
17/10/2006
Hoje, Sanchez mostra a jovens o que não fazer

 

Gilberto Dimenstein

No topo do morro do Socorro, uma das favelas da Comuna 13, onde se concentrava a violência de Medellín, Harold Sanchez, 36, um negro alto e musculoso, aprecia a vista, na manhã ensolarada de 28 de setembro. "Adoro ficar vendo a paisagem", diz, abrindo um sorriso. Rapidamente, ele informa que há o motivo. Preso sob acusação de seqüestro -"uma injustiça"-, foi libertado há poucos meses da penitenciária, onde ficou por sete anos.

Na prisão, ele participou de uma articulação para tentar reduzir a insegurança de Medellín, à qual se deve parte do avanços dos indicadores de homicídio. Muitas das lideranças do crime organizado estavam na penitenciária Bela Vista em que Sanchez cumpria pena e que, no passado, foi conhecida como a mais violenta do mundo. "Fui contatado pelo governo para ajudar a realizar o entendimento entre as lideranças."
Lá se encontravam chefes de gangues, narcotraficantes, grupos paramilitares da AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia) e da guerrilhas como Farc e ELN; não raro, eles se acertavam lá dentro, só que no campo de futebol, enquanto as guerras prosseguiam do lado de fora. "Com um entendimento dentro da prisão, a briga poderia se acalmar nos bairros", raciocinava Sanchez. O comando seria obedecido. Isso reforçava as conversas feitas pelo governo do presidente Álvaro Uribe para que os paramilitares se desmobilizassem e, com isso, tivessem ajuda para a reintegração na sociedade.

Eram negociações complexas. Em Medellín, a violência estava tão integrada ao cotidiano que os assassinos se sentiam protegidos por Deus. Eram devotos da Virgem Maria de Auxiliadora. Um padre chegava a benzer não só os matadores, mas as motos usadas nos ataques. Narcotraficantes eram católicos fervorosos e ofereciam doações às igrejas e aos mais pobres. Havia uma rede de corrupção que envolvia Judiciário, polícia e imprensa. A regra era a impunidade. Via-se o narcotráfico como, no Brasil, vemos o jogo do bicho.

Por isso, segmentos da sociedade criaram programas para estabelecer novos valores, com destaque à juventude. Livre, Sanchez integra uma dessas ações. Seu emprego é levar jovens das escolas públicas para conversar com presos para que entendam o risco que correm ao caírem na marginalidade.

Medellín passou de capital da violência a laboratório da paz

Coluna originalmente publicada na Folha de S.Paulo, editoria Cotidiano.

   

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