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18/06/2008


Mortes no trânsito se igualam a homicídios

 

Secretário culpa aumento da frota em SP; especialistas discordam

Em São Paulo, a probabilidade de ser assassinado é praticamente a mesma de morrer em um acidente automobilístico. Em 2001, para cada morte no trânsito de São Paulo aconteciam pelo menos quatro homicídios. Hoje, a proporção é de um para um, segundo um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde. Enquanto os homicídios caíram 71,15% (de 6.683 para 1.928), os acidentes de trânsito avançaram 9,63%, passando de 1.681 para 1.843 no mesmo período.

O secretário Municipal dos Transportes e presidente da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET), Alexandre de Moraes, culpa o aumento na frota que circula pelas ruas de São Paulo. “A partir do momento em que se aumenta o número de veículos, logicamente acaba havendo reflexo nos acidentes.” Mas ao ser questionado se a Prefeitura tem algum projeto para reduzir os índices, Moraes virou as costas e não respondeu à pergunta.

A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, que era de 63,71 em 2001, caiu para 17,79 em 2007, praticamente igual à taxa de mortes no trânsito: 17,01. No mesmo período, a frota de veículos da capital aumentou 33,9% - de 4 milhões para 5,3 milhões. Mas o acréscimo na frota desde o início do governo Serra/Kassab foi de 18,57%, enquanto o número de acidentes só nesse período avançou 26,57%.

Para especialistas, o aumento da frota não é um fator que contribui para as mortes. Segundo o médico Mauro Taniguchi, coordenador do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade de São Paulo (PRO-AIM), “mais carros nas ruas emperram o trânsito e até diminuem a velocidade, reduzindo a mortalidade.” O problema, segundo ele, é o relaxamento em relação ao Código Nacional de Trânsito.

A entrada em vigor do código, em 1997, ocasionou uma drástica queda no número de mortes no trânsito de São Paulo. Em 1996, esse número chegou a 1.907. Com o código em pleno funcionamento, em 1998 houve queda de 36,96%, para 1.202 mortes. Essa estatística seguiu estável até 2004, quando foram registradas 1.172 mortes. Mas, em 2007, o total chegou a 1.427, o maior desde 1996, indicando o relaxamento detectado por Taniguchi. Os números levam em conta apenas os residentes em São Paulo.

Há uma diferença estatística porque somente a partir de 2001 os levantamentos passaram a contemplar residentes de outras cidades que morrem no trânsito de São Paulo. Levando em conta todos os casos, em 2007 morreram 1.843 pessoas nas ruas da Capital.

Álcool e motos
Para a médica Júlia Maria D’Anfréa Greve, o grande número de acidentes de trânsito tem a ver com o consumo de álcool, mas o crescimento estatístico registrado em São Paulo ainda não tem explicação. “Os dados de consumo de álcool são mais ou menos estáveis.” Um estudo publicado por ela e outros pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em 2005, mostrou que 47% de todas as vítimas no trânsito tinha álcool no sangue no momento do acidente. Segundo o estudo, no Brasil há “grande tolerância social em relação ao ato de beber e dirigir”.

O fator mais importante a ser avaliado, segundo Júlia, professora associada do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP, é o aumento da frota de motocicletas e o que ela chama de “cultura do motoboy”, de dirigir correndo riscos, o que resulta em lesões mais graves. “Há grande número de mortes de motociclistas e pedestres. E a motocicleta está sendo escolhida cada vez mais, por ser ser mais ágil.”

Em 2001, havia 228.858 motocicletas em São Paulo. Em 2007, eram 506.660, uma explosão de 121,58%, muito acima do aumento da frota em geral. Nesse período, as mortes envolvendo motociclistas também atingiram níveis históricos. Passaram de 126 casos, em 2001, para 322 em 2007 - com um pico de 384 em 2006. Na atual gestão municipal, o aumento na frota foi de 58,37%, mas as mortes subiram 120,54%.

Números
17 por 100 mil habitantes
é a taxa de mortes tanto nos casos de homicídio quanto em acidentes

Jones Rossi,
Colaborou Humberto Maia Junior
O Estado de S.Paulo

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