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06/02/2009

Maioria das vítimas de latrocínio reagiu
contra criminosos

 

Em 75% de 56 casos registrados no ano passado em que houve testemunhas, a vítima foi morta depois de resistir ao agressor

Folha teve acesso a 80 das 123 ocorrências registradas em 2008 na capital e Grande São Paulo; crime cresceu 50% em relação a 2007


Um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo constatou que o número de latrocínios aumentou na cidade de São Paulo. Foram pesquisados 80 boletins de latrocínio (roubo com morte) em 2008, de um total de 123. Dos 56 casos em que os policiais conseguiram testemunhas para descrever o desfecho trágico, em 42 deles (75%) a vítima reagiu de forma violenta. O latrocínio foi um dos crimes que mais cresceram no ano passado, segundo as estatísticas divulgadas pela Secretaria da Segurança. Passou de 82, em 2007, para 123 casos - crescimento de 50%.

O empresário Joenilson Xavier Mendes, 46, proprietário do restaurante Konstanz, em Moema (zona oeste de SP), tentou agredir a cadeiradas um dos ladrões que entraram no seu estabelecimento para roubá-lo. Acabou morto com três tiros. Assim como o empresário, morto em maio de 2008, a maioria das mortes durante os roubos em São Paulo e na Grande SP ocorreu porque as vítimas tentaram resistir.

A reportagem não computa nessa lista de resistência outros quatro casos em que a ação da vítima não foi violenta. Foi o caso, por exemplo, da ginecologista Nadir Oyakawa, 53, que morreu baleada porque, cercada por bandidos armados, resolveu buzinar seu veículo para chamar a atenção de parentes. Nos 24 boletins sem informações precisas, a polícia também acredita ter havido alguma reação -violenta ou não. As reações não-violentas, como no caso de Nadir, podem ser desde um movimento brusco, uma frase mal colocada ou uma tentativa de fugir com o objeto pretendido pelo ladrão. Um exemplo disso foi o assassinato do aposentado Luiz Carlos Amigo, 54, de São Caetano do Sul (Grande SP), em 5 de dezembro. Ele foi morto porque achou que o assalto fosse uma brincadeira. De acordo com a irmã da vítima, Carmen Estevam Amigo, 67, quando o ladrão anunciou o assalto, o aposentado disse: "É brincadeira". O assaltante, então, encostou a arma nas costas dele e puxou o gatilho. "É brincadeira. Tome, vacilão", teria dito o bandido, conforme repetiu Carmen, que estava ao lado do irmão, aos policiais.

Para o delegado Marcos Carneiro, 51, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), os ladrões envolvidos nos latrocínios geralmente não queriam matar ninguém e só atiram devido ao comportamento da vítima. "Quer dizer, então, que a vítima é culpada por ter morrido? Não. O culpado é o criminoso, mas a reação da vítima é que dispara a ação do criminoso." Isso ajuda a explicar porque em quase metade dos latrocínios (46,1%) os bandidos acabaram fugindo sem levar nada da vítima já ferida.

Perfil
O levantamento feito pela Folha também mostra que a maioria dos mortos, um quarto de todas as 84 vítimas, era de comerciantes (21). Em pelo menos 11 desses casos, a polícia sabe que houve resistência. Dos 37 latrocínios da capital analisados pela Folha, 15 deles ocorreram na zona leste -sendo 11 nas áreas mais pobres. Já na zona sul, dos 13 latrocínios registrados, cinco também foram em bairros mais carentes. Na zona oeste foram cinco casos, na norte, dois e na região central, outros dois. Além dos comerciantes, os latrocínios também tiveram como alvo muitas pessoas ligadas à área de segurança, policiais ou vigias, com 20% das vítimas (17). Em seguida vêm os autônomos e profissionais liberais com 19% do total (16). Das pessoas assassinadas, 44% tinham ensino médio, 40% o ensino básico e apenas 14,3% haviam concluído o ensino superior, como Nadir.



Rogério Pagnan
André Caramante
Folha de S. Paulo

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