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31/07/2006
Das ruas para a galeria, Os Gêmeos abrem exposição em SP

 

"Na real", dizem Otávio e Gustavo Pandolfo, 32, mais conhecidos como os grafiteiros e artistas plásticos Os Gêmeos, "a gente separa o mundo da rua e o mundo da galeria".

Foi por um caminho incomum - saindo do Cambuci, bairro paulistano de classe média em que pintaram seus primeiros muros, passando por importantes galerias norte-americanas e européias - que os dois ligaram esses mundos. Percurso que se completa na abertura de sua primeira exposição individual no Brasil, na Fortes Vilaça, em São Paulo, que passa também a representá-los no país.

"Começam" sua vida artística comercial por aqui, no entanto, com os mesmos empresários da linha de frente da produção artística contemporânea no Brasil. A Fortes Vilaça representa no país nomes como Vik Muniz, Nuno Ramos e Adriana Varejão.

Deve ser mais que coincidência o fato de a exposição ter, também ela, um "caminho" que vai da rua, e do grafite, à forma mais tradicional e intramuros da produção artística, a pintura em tela.

Na fachada da Fortes Vilaça, no bairro da Vila Madalena, a dupla pintou sua marca registrada, facilmente reconhecível por quem passa de carro ou a pé por vários pontos da cidade: um rosto humano amarelo, com olhos separados na face. No piso inferior da galeria, ainda é nas paredes (em todas elas) que aparece o trabalho mural d'Os Gêmeos.

Sentados no chão, pedem para que a reportagem não revele no texto a grande instalação no centro da sala, em que pela primeira vez usam recursos mecânicos para trazer a "quase todos os sentidos" seu universo lúdico. Engrenagens se movem, bonecos dançam, e sons de chuva e de caixinhas de música podem ser ouvidos.

Peixes fora d'água
Sobre a pintura nas paredes, fazem a distinção com seu trabalho "externo": "Grafite é outra história. Fica na rua e está sujeito a qualquer coisa. Ele se modifica sem parar".

Protegidos do ar seco que bateu recordes de poluição na última semana na cidade, peixes pulam para fora d'água nos murais ao redor dos artistas, e são às vezes puxados por fios que os ligam a personagens humanos. Têm a ver com o título da exposição: "O peixe que comia estrelas cadentes".

Sem terem nenhum ar de peixes fora d'água, os "novatos" da galeria brasileira dizem que "nem sempre as estrelas cadentes caem dentro d'água". "Às vezes os peixes têm que sair para pegá-las e têm que aprender a viver fora d'água." Tudo porque seus peixes têm um objetivo -o de "comer estrelas".

No segundo andar estão as oito telas da dupla. Cada uma sai por US$ 19 mil (cerca de R$ 41 mil). Preço de "artistas iniciantes em Nova York", explica Márcia Fortes, sócia da galeria, chamando atenção para o nome da cidade no fim da frase.

O valor não é ela que define, explica. Fez parte do caminho incomum d'Os Gêmeos terem tido representação internacional, a importante Deitch Projects - que hoje dita seus preços - , de Nova York, antes de virem a ser representados por alguém no Brasil.

Cercados por obras que somam mais de R$ 320 mil, contam do momento em que decidiram se dedicar exclusivamente ao trabalho como artistas, no início dos anos 90. Trabalhavam então como contínuos em duas agências paulistanas diferentes do Bradesco.

Rua? Que rua?
"Ficávamos desenhando durante o expediente", conta Gustavo, aparentemente o mais extrovertido da dupla. "Nos davam advertência atrás de advertência."

Ele chegou a ser promovido a escriturário. "A mim, nunca passaram de boy", diz Otávio. "Tínhamos que trampar para ganhar dinheiro e ajudar em casa", continua Gustavo. E conclui: "Mas a questão não era nem grana, era que não conseguíamos ficar por lá. Queríamos trabalhar e viver só do desenho. Tínhamos muito pouco tempo, e a vida é curta para ficar tirando extrato".

Deu tudo certo. Márcia Fortes, por óbvio, aposta nos dois: "Não estamos pensando em uma mostra em si. Estamos pensando nessa mostra para divulgar a nossa representação de novos artistas da galeria. Para firmar a representação da Fortes Vilaça".

No seu discurso, o "mundo da rua", dos grafiteiros, ficou do lado de fora. "Os Gêmeos caíram nas nossas mãos porque a gente estava há uns dois ou três anos falando para todo mundo: "Queremos novos pintores". Alguém desenvolvendo um universo e um imaginário pictórico", ela diz.

"Uma colecionadora muito amiga um dia nos mostrou um livro com as obras deles. Comecei a vê-lo e disse: 'Curioso, já vi isso em algum lugar. Será que foi em alguma feira de arte?" Em que exposição?' De repente, caiu a ficha. Vi isso nos muros de São Paulo. Foi aí que eu percebi que era rua."


Rafael Cariello
As informações são da Folha de S.Paulo.

   

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