REFLEXÃO


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folha de s.paulo
08/01/2008

O milagre de Nova York

Minha passagem de ano em Nova York teve um gosto de história. Durante a contagem regressiva para 2008, prestava atenção aos boletins das delegacias de polícia para saber se, em 2007, eu seria testemunha de uma estatística inusitada: o registro oficial mais baixo de assassinatos na cidade.

Em 1963, ou seja, há 44 anos, Nova York teve 500 assassinatos, o menor índice oficial disponível. O ano de 2007 conseguiu ser melhor: 494 casos. É algo que, até pouco tempo atrás, quase ninguém, para não dizer ninguém, imaginaria ser possível.

É uma das mais interessantes obras de engenharia comunitária da atualidade e deveria ser estudada por todos os candidatos a prefeito das grandes cidades brasileiras, especialmente os das regiões metropolitanas.

O milagre de Nova York (detalhado neste link) se deve, em larga medida, a um compromisso das elites com a cidade e habilidade de gestão nas mais diversas áreas, a começar da segurança indo até a proteção aos jovens em situação de risco e o desenvolvimento de vocação econômica nos bairros mais pobres. Não conheço em nenhuma cidade desse porte um prefeito que tenha atrelado tão profundamente seu prestígio ao desempenho dos alunos que tenham obtido tantos aliados para melhorar o nível das escolas.

A lição de Nova York deveria servir de antídoto aos políticos brasileiros que fazem da eleição municipal apenas um trampolim para outros projetos. E, mais, não entendem que o melhor que se pode fazer pela comunidade é torná-la mais educada.

Coluna originalmente publicada na Folha Online.

   
 
 
 

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