O debate
foi um belíssimo show, por manter, por mais de duas
horas, a tensão entre os candidatos Lula e Alckmin.
Não houve um único instante ameno, insosso,
sonolento - nesse aspecto foi um notável resultado
jornalístico, graças à flexibilidade
para que os candidatos pudessem se expressar.
O problema é que faltou o essencial para quem queria
ir além do show.
Se o espetáculo foi revelador do tom da campanha e
da estratégia de marketing das candidaturas - e até
revelou um Alckmin especialmente agressivo- , o telespectador
mais crítico, interessado em soluções,
certamente saiu frustrado.
Afinal, a grande questão nacional é hoje saber
como vamos crescer mais rapidamente nos próximos anos
para reduzir a miséria, aumentar o nível de
emprego e elevar a renda. Sabe-se que cortes nos gastos públicos
terão de ser feitos. Mas quando, onde e como? Quem
vai perder. O que fazer para estancar os buracos provocados
pelas aposentadorias?
Certamente não se vai modificar muita coisa fechando
alguns ministérios, economizando dinheiro dos gastos
dos assessores e ministros nem vendendo o Aerolula.
Foi um ótimo entretenimento e ajudou a expor mais
os candidatos para a escolha do eleitor. Mas, se alguém
queria propostas, soluções, foi dormir de mãos
vazias.
Coluna
originalmente publicada na Folha Online,
editoria Pensata.
|