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REFLEXÃO


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urbanidade
10/08/2005
Aposentadoria divertida

Depois de se aposentar neste ano, após uma bem-sucedida carreira de executivo em um banco, Sérgio Freitas encontrou um jeito de aproveitar o tempo disponível: voltar a se divertir com brinquedos. Dessa diversão vai resultar um dos maiores brinquedos da história de São Paulo -um museu com os mais diferentes jogos para crianças e adolescentes.

Formado em engenharia e economia, Sérgio se aposentou sem saber o que fazer com o excesso de horas vagas em seu dia. Como executivo, vivia com uma espécie de cronômetro na mão para dar conta de todos os compromissos. "Não estava disposto a virar consultor."

Tantos anos em cargos de chefia deram a ele, na aposentadoria, o sossego para várias opções - inclusive a de não fazer nada. Neste momento, está viajando de carro com velhos amigos pela Amazônia. "Sempre quis percorrer aquela região."

Um de seus amigos, também engenheiro e economista, deu o que ele considerou uma alternativa além das viagens: brincar. Desde que assumiu a prefeitura, José Serra demonstrou o interesse de construir, na região central, um museu da criança. Chamou então Sérgio Freitas para, voluntariamente, ajudá-lo. "Topei, claro." Com dinheiro do próprio bolso, está percorrendo museus para conhecer experiências de espaços educativos e lúdicos. Na sua rota, já passaram Porto Alegre, Boston, Flórida, Nova York e Cidade do México. "É inacreditável o que se está inventando para educar pelo prazer." A cada viagem, ele toma nota das invenções, a maioria delas usando novos recursos da informática.

Com um prédio já reservado no centro, Freitas está montando um projeto para explicar física, química, matemática ou biologia usando jogos e experiências. Uma criança ou um adolescente poderiam, por exemplo, entrar numa reprodução do corpo humano e ver como funciona a digestão. Ou então perceber o estrago do cigarro no pulmão. "Queremos que o espectador se envolva e saia diferente das exposições, queremos que ele se sinta diferente."

Pelo menos para ele, o museu já vai ter esse efeito de mudança antes mesmo de implantado: o engenheiro, economista e executivo aposentado, sempre lidando com cálculos e dinheiro, aprendeu como voltar a ser criança.

Coluna originalmente publicada na Folha de S.Paulo, na editoria Urbanidade.

   
 
 
 

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