O que está em jogo é
saber até que ponto o crime organizado consegue pressionar
as autoridades e evitar punições. Não
se tem notícia de um ataque, comandado por delinquentes,
tão forte contra forças policiais em toda a
história do Estado de São Paulo --o que só
revela como a marginalidade social vai criando áreas
necrosadas na sociedade brasileira, da qual o principal reflexo
é a violência.
Há dezenas de policiais mortos e feridos, mas, de
fato, o alvo é toda a sociedade. O dia em que o poder
público ceder à chantagem dessas organizações,
estará em risco toda a segurança de uma comunidade,
gerando a percepção de que ninguém conseguirá
impor a ordem.
Daí que, nesse momento, ao invés de tentar
proveito eleitoral (Lula está usando a tragédia
como palanque para alfinetar Alckmin e prometer a redenção
social), partidos, sindicatos, empresários, intelectuais,
educadores, ongs, devem se perfilar para que, dentro da lei,
a chantagem não vença.
Infelizmente, são cenas como essas que despertam as
pessoas para que melhorem as instituições e,
mais ainda, que se faça do investimento em educação
o melhor mecanismo contra geração de marginais.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, na editoria Pensata.
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