REFLEXÃO


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pensata
19/06/2007
Pílula contra o aborto

Uma pesquisa realizada pela ginecologista Albertina Duarte, professora da USP (Universidade de São Paulo), constatou um crescimento expressivo do consumo da chamada pílula do dia seguinte para evitar a gravidez entre os adolescentes. Como um milhão de adolescentes engravidam por ano Brasil, a maioria delas (661 mil, para ser mais preciso) tornadas mães precoces e as demais submetidas ao trauma do aborto, vemos a importância dessa pesquisa.

Percebe-se que a adolescente, se puder, prefere postergar a gravidez e, claro, evitar o doloroso aborto. Tal tendência cresce ainda mais à medida que as jovens ficam mais tempo na escola e tem planos de futuro. Dados recentes mostram que na cidade de São Paulo o aumento da matrícula no ensino médio corresponde uma redução da taxa de gravidez precoce.

O resumo: raríssimas ações poderiam custar tão pouco e gerar impactos sociais tão rápidos como facilitar o acesso a métodos anticoncepcionais.

Reduziria, a curtíssimo prazo, a evasão escolar, aumentaria a média, a renda das mulheres, e, a longo, seria mais uma arma, entre várias, para combater a violência.

Essas 661 mil mães precoces, milhares delas entre 10 a 14 anos, são parte do custo da ignorância combinado com o medo dos governos em enfrentar dogmas religiosos e a inoperância das redes públicas de saúde. Pagamos isso em mortes.

PS - Mais detalhes da pesquisa.

O Brasil do dia seguinte

Coluna originalmente publicada na Folha Online, editoria Pensata.

   
 
 
 

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