REFLEXÃO


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folha de s. paulo
21/12/2009

A inteligência no lixo

Com o crescimento econômico, não vamos parar de discutir sobre a falta de mão de obra especializada

Um ex-estudante da Poli (Escola Politécnica) da USP está inovando a forma como 2.000 famílias fazem compras em Nova York. É um lixo inteligente: a máquina lê o código de barras dos produtos que são jogados fora e, automaticamente, manda uma mensagem ao supermercado, autorizando-o a repor a mercadoria.

Dependendo do gosto do consumidor, um visor alerta que aquele produto é, por exemplo, transgênico, oferecendo sugestões. O programa avisa se a embalagem é reciclável, ajudando o usuário a organizar a coleta seletiva.

Neto de imigrantes japoneses, Geraldo Yoshizawa, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do lixo inteligente, batizado de Ikan, mora em São Paulo. Mas a inovação só consegue, por enquanto, ser usada nos Estados Unidos. Aprendeu informática por acaso. Queria ser engenheiro civil para desenvolver modelos de casas populares, mas, na Poli, acabou seduzido por microcomputadores, que, naquela época, eram uma raridade no Brasil.

Prepare-se: no próximo ano, o debate em torno do valor da ciência e da tecnologia estará no topo da agenda nacional e vai entrar na plataforma dos candidatos a presidente e governador -e vamos nos deparar com um dos nossos maiores lixos.


Coluna publicada no jornal Folha de S. Paulo, editoria Cotidiano.

   
   
 
 

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