REFLEXÃO


Envie seu comentário

 
 

URBANIDADE
23/12/2009

A invenção da bicicloteca

Para sobreviver, Robinson Padial (Binho), 45, montou um bar em Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, mas o seu prazer é a poesia. Da mistura entre a necessidade de sobrevivência e o prazer, criou um ritual de final de ano.

Acompanhado de poetas, músicos e atores, sai pelas estradas parando nas cidades, onde promove saraus em praça pública. Nesta semana, eles vão até Paraty, passando antes por Santos.

Quando não está andando, Binho vai pedalando
o que apelidou de "bicicloteca", para emprestar, doar ou receber livros. "A bicicloteca ajuda a interagir com as pessoas. Vamos contando histórias e ouvindo histórias."

A ideia das caminhadas nasceu no bar, onde Binho resolveu fazer, todas as segundas-feiras, um sarau -o concorrido Sarau do Binho. Ali, são emprestados livros, como se fosse uma biblioteca.

Um dos frequentadores daqueles encontros era o então motoboy conhecido como Serginho Poeta. Os dois escreveram o livro "Dois Poetas e um Caminho", no qual, entre outros assuntos, havia referências à América Latina. Veio então a proposta de sair viajando pelo continente. Não deu certo. "Não queria sair viajando de moto", conta Binho. Andar a pé pela América Latina não parecia viável.


Coluna publicada na Folha de S. Paulo, editoria Pensata.

   
   
 
 

COLUNAS ANTERIORES:

21 /12/2009
A inteligência no lixo
07/12/2009
Cidade de Deus com final de feliz?
03/12/2009
A redescoberta do cambuci
22 /11/2009
Pintando cérebros
16/11/2009
Muito além de uma minissaia
21/10/2009
Poesia nos trilhos
05/10/2009
Como surgem inventores. E milionários
23/09/2009
Delírios fotográficos
21/09/2009
Universidade do prazer
09/09/2009
Lixo folheado a ouro
Mais colunas