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problema
03/05/2005
Rádios comunitárias da Baixada sofrem repressão

RIO DE JANEIRO (RJ) - Enquanto o Fórum de Entidades da Baixada reúne organizações preocupadas em refundar a região com base nos direitos humanos, o próprio governo promove um revés nas possibilidades de integração social. Rádios comunitárias das cidades da Baixada vêm sofrendo pressão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para desligar seus transmissores. Em alguns casos, as visitas da Anatel se dão na companhia da Polícia Federal, num claro intento de criminalizar um processo de comunicação democrática que pode ajudar muito na coesão de populações como a da Baixada Fluminense. É o que aconteceu com a rádio Onda Livre, de São João de Meriti.

Fundada por jovens de São João de Meriti com apoio da Casa da Cultura e de ONGs como a FASE, a Onda Livre se tornou uma referência para a população da cidade. Funciona por mais de dez horas em dias úteis e no horário comercial em fins de semana. Sua programação é variadíssima, cabendo na grade todos os tipos de música, temas de discussão, notícias locais, entretenimento etc. Com forte acento comunitário, a Onda Livre promove debates sobre temas atuais e assim contribui para informar melhor o povo e criar consciência sobre uma série de questões pertinentes para quem vive ali.

A conclusão óbvia é que rádios comunitárias como a Onda Livre são instrumentos fundamentais para integrar socialmente a população de um território em que o Estado não chega e a vivência cotidiana está longe daquela retratada no imaginário nos meios de comunicação de massa. Entretanto, a Anatel forçou a Onda Livre a ficar duas semanas fora do ar, alegando que seu alcance está fora dos padrões permitidos para as rádios comunitárias.

A reação da sociedade foi imediata, através de ligações para a sede da rádio, na Casa da Cultura, e visitas ao local. Todos queriam saber o porquê de uma repressão despropositada sobre algo inofensivo e tão positivo quanto a rádio. Com a rádio de volta ao dial de São João de Meriti, é hora de se organizar para proteger a iniciativa popular. No dia 5 de maio, a Câmara dos Vereadores de São João de Meriti abrigará um debate sobre as rádios comunitárias da Baixada. Comparecerão vereadores, deputados estaduais, representantes de rádios comunitárias de lá e também do Rio de Janeiro. A manutenção das rádios comunitárias deve ser parte da política governamental para levar direitos à Baixada Fluminense.

FAUSTO OLIVEIRA
do boletim Online Fase Notícias

 
 
 

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