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alfabetização
15/12/2004
Aprender a ler, uma parceria entre gerações

A Unicid recebe até segunda-feira inscrições para a segunda edição do Projeto de Alfabetização Inclusiva (PAI), destinado a jovens com mais de 14 anos e adultos analfabetos ou com pouca escolaridade. O projeto foi lançado oficialmente em julho do ano passado, pelo governo do Estado, com o objetivo de diminuir os índices de analfabetismo, oferecendo aulas gratuitas.

Letícia Maria Barbosa, de 45 anos, gostou da proposta e resolveu voltar a estudar, porque tinha dificuldade para escrever e não sabia matemática. "Sempre preciso da ajuda das minhas amigas para fazer a requisição dos materiais para o setor onde trabalho."

No primeiro dia de aula na Unicid, ela estava nervosa e pensou que não iria acostumar-se com as professoras e os colegas. "Aprendi a montar contas e a escrever melhor e agora posso escrever para minha família. Tenho muito que agradecer por essa oportunidade."

Esse tipo de relato emociona Vanessa Chinelato. Desde o ano passado, quando começou o projeto de alfabetização na universidade, ela tinha vontade de enfrentar o desafio. "No começo deste ano, seriam escolhidas novas professoras, alunas do curso de Pedagogia que estivessem cursando o último ano, para dar continuidade ao programa. Então me candidatei para participar."

Com muita alegria, ela assumiu as aulas em maio. "Aqui, formamos uma família. É uma troca constante de experiências, aprendizado e respeito." Certo dia, um aluno a surpreendeu. "Sei que tenho idade para ser seu avô, mas vou lhe chamar de senhora porque você é minha professora e devo respeitá-la". Para Vanessa, a experiência atual foi a mais gratificante que teve na vida. "Tenho certeza de que mais aprendi do que ensinei."

Método

O programa ainda ultrapassa as lições básicas da simples alfabetização em língua portuguesa. Professores dos diferentes cursos da universidade participam do processo, por meio de ações ligadas a aspectos importantes da formação humanística. Há princípios de arte, filosofia, história e ciências.

Para alcançar todas as metas, os alunos freqüentam oficinas de artes, onde têm contato com obras de artistas plásticos famosos, assistem a filmes nacionais de conteúdo social, como Central do Brasil, realizam trabalhos na biblioteca e nas salas de estudo da faculdade, além de aulas-passeio pelo campus. "Queremos que a leitura e a escrita sejam usadas para o exercício da cidadania", resume a coordenadora do projeto, a professora Isilda Lozano Perez.

A inclusão digital é outro diferencial da proposta pedagógica. Os alunos têm acesso aos laboratórios de informática e a softwareteca (biblioteca virtual). As aulas ocorrem às segundas e sextas-feiras, das 14 horas às 16h30.

CRISTINA RIBEIRO
do O Estado de S. Paulo

 
 
 

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