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19/11/2003
Bom Jesus cria empresa 85% "especial"

Embora a falta de qualificação profissional seja a principal barreira de entrada aos portadores de deficiência no mercado de trabalho, há bons exemplos de superação. O grupo educacional Bom Jesus montou uma empresa – a Valor Brasil, com sede em Campo Largo, na Grande Curitiba – em que 85% dos funcionários são portadores de deficiência mental. A Valor Brasil tem 13 empregados. Onze são excepcionais. Eles fabricam produtos como capas de computadores, aventais, camisetas, embalagem, porta-lixo para carros e uma série de outras mercadorias.

"A empresa tem fins lucrativos", garante a idealizadora da empresa, a administradora Neide Uberna. "Queremos criar um modelo para mostrar que eles (as pessoas especiais) podem realizar atividades produtivas." Segundo Neide, a Valor Brasil foi criada há um ano, quando o grupo percebeu que os alunos da escola especial que o Bom Jesus mantinha em Campo Largo entravam na instituição, mas não saíam mais, por falta de oportunidades de trabalho. "Eles entravam com 7 anos e com 30 ainda continuavam lá dentro", afirma Neide. Com a Valor Brasil, os estudantes com mais de 21 anos agora vêm sendo aproveitados no trabalho produtivo.

Há outros bons exemplos. O Supermercado Angeloni de Curitiba decidiu não esperar por profissionais completamente preparados para o mercado de trabalho. Contrata trabalhadores com deficiência mental para cargos como o de empacotador. E investe em um contínuo programa de treinamento desses empregados, após a contratação. "Eles não vêm prontos", afirma a psicóloga organizacional Gisele Petrus, do Angeloni.

A psicóloga afirma que muitas vezes é preciso ir além das orientações básicas para o desempenho da atividade. Funcionários do supermercado chegam a ensiná-los a respeito de atitudes cotidianas extremamente simples, tais como pegar o ônibus sozinho ou se comportar no refeitório. "O dia-a-dia é uma batalha", afirma Gisele.

A prática, porém, tem demonstrado que a aposta do supermercado traz resultados positivos. Os funcionáros com deficiência ganham auto-estima, aprendem a trabalhar com dinheiro, a ter responsabilidade, ampliam o convívio social e até mesmo melhoram a expressão verbal. O contato com os empregados especiais também tem trazido benefícios para os outros colegas. De acordo com Gisele, todos os funcionários do supermercado crescem como pessoas e vencem o preconceito em relação às pessoas diferentes. "A gente até esquece que eles são especiais."

 

As informações são do jornal Gazeta do Povo - PR.

 
 
 

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