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exemplo pedagógico
23/09/2004

Jovens em situação de risco aprendem química na cozinha

LONDRINA (PR) - Os educadores da Guarda Mirim de Londrina, instituição filantrópica que atende 320 jovens em situação de risco, estão dando um exemplo de trabalho pedagógico. Com apenas 15 professores, a instituição já obteve resultados sensíveis no desenvolvimento dos alunos e foi elogiada no 1º Congresso de Educação para Adolescentes em Situação de Vulnerabilidade Pessoal e Social, realizado em Londrina na semana passada.

A fórmula utilizada pela instituição é simples e conhecida: estimular o desenvolvimento do raciocínio a partir de experiências, dando preparo suficiente aos jovens para a etapa seguinte a aquisição de conhecimento teórico. Um dos melhores exemplos da aplicação desse método são as aulas de química, nas quais os alunos deixam as salas de aula e vão para a cozinha observar reações no preparo de alimentos.

''Primeiro eles levantam hipóteses sobre o que pode ocorrer durante as misturas, depois preparam os alimentos e fazem as constatações. Assim fica mais fácil para os alunos aprender as lições teóricas em suas escolas'', afirma a professora Maria Kyoko Watanabe. Originalmente ela ensina música, mas também faz às vezes de professora de ''química-culinária'', ou ''culinária-química''.

Um grupo de quase 10 meninos preparou bolinhos de chuva para aprender as reações do fermento. Munidos de aventais e tocas, eles se dividiram em dois grupos, sendo que apenas um utilizou o produto na receita. Entre gritos de ''mexe direito isso aí!'' e ''vai explodir'', eles fizeram os bolinhos e depois conferiram que havia bolhas de ar na massa dos que levaram fermento.

Para Wellington Sales Ferreira, 15 anos, aluno de 6ª série, as lições práticas o ajudam a absorver as lições teóricas. ''Eu acho todas as matérias difíceis, mas com esse reforço parece que fica mais simples entender as coisas'', diz. Quanto à fama de que garotos não se dão bem na cozinha, Rogério Trindade, 15, aponta que é questão de prática. ''Cozinho desde 9 anos, aprendi vendo minha mãe na cozinha. Faço muitas coisas, mas bolinho de chuva ainda não sei direito'', salienta.

A diretora educacional da Guarda Mirim, Luiza Leonor Cavazopti e Silva, afirma que as atividades práticas transcendem o âmbito das disciplinas e contribuem para o desenvolvimento moral dos jovens atendidos. ''É importante para a formação do julgamento moral dos adolescentes, pois eles verificam as consequências de uma ação'', argumenta.

De acordo com Luiza, grande parte dos projetos educacionais em andamento foi implantada no início deste ano, quando a instituição passou a receber recursos da Sercomtel. Ela lembra que a Guarda Mirim continua solicitando colaboradores, tanto para apoio financeiro quanto para trabalhos voluntários. O telefone da instituição é (43) 3325-7489.

As informações são da Folha de Londrina - PR.

 
 
 

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