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É óbvio que Marta torce por Maluf
Ao
entrar abertamente na campanha eleitoral, o governador Mário
Covas disse, em tom de acusação, que Marta Suplicy,
candidata preferida à prefeitura, torce para que Paulo
Maluf ganhe votos e chegue ao segundo turno.
Marta reagiu, irritada, alegando que não torce para
Maluf. "Tanto faz quem vai para a reta final", argumentou.
"Vou vencer de qualquer um", desdenhou. Não
confere.
A cúpula do PT comenta nas suas conversas reservadas
algo que só dá mesmo para combater reservadamente.
Se não dá para ganhar no primeiro turno (e tudo
indica que não vai dar) o "melhor" rival
seria Paulo Maluf.
É um de uma obviedade gritante. Paulo Maluf está
desgastado com a gestão de Celso Pitta, carrega o peso
dos desmandos da cidade.
Numa reta final, os segmentos de esquerda e centro-esquerda,
aliados com os mais conversadores decepcionados com o ex-prefeito
ou avessos antigos ao malufismo, tenderiam, naturalmente,
a apoiar o PT.
Dificilmente, Geraldo Alckmin e Luisa Erundina deixariam de
apoiar Marta, mesmo que a contragosto. Do mesmo jeito que,
nas eleições passadas de governador, ela apoiou
Covas, apesar de ter sido traída com a manipulação
das pesquisas.
A briga já seria, porém, mais díficil
com Alckimin ou Erundina, ambos capazes de atrair um segmento
do eleitorado mais convervador, além daquele segmento
que se intitula centro-esquerda.
No caso de Alckmin que teve um rápido crescimento e
ainda desfruta de imagem positiva e baixa rejeição,
haveria a influência da máquina estadual.
A crítica de Mário Covas procede, mas também
se voltaria contra o PSDB. Se Alckmin estivesse na liderança
da disputa, e Marta estivesse ameaçando chegar ao segundo
turno, os tucanos, em peso, iriam torcer por Paulo Maluf.
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