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Marta está certa

Brocha em punho, a prefeita Marta Suplicy participou do mutirão, sábado passado, para limpar o estádio do Pacaembu, tentando construir o símbolo de uma cidade que reage à sujeira. Apenas uma jogada de marketing?

A primeira - e óbvia - leitura é que Marta Suplicy manipula os meios de comunicação, oferecendo-lhes cenas de apelo cinematográfico, para desenhar a imagem de alguém preocupada com a cidade.

Tradução instantânea: factóide, obra destinada apenas para o consumo noticioso. Empulhação para compensar a incapacidade de mostrar ações mais concretas. Talvez. Ainda é cedo para dizer se esse tipo de fato é entulho mercadológico - apesar de Marta estar revelando um certo pendor ao deslumbramento.

Por enquanto, estou disposto a achar que ela está certa. Nada há de demagógico, em tese, na produção de fatos que mostrem cinematograficamente o corpo a corpo de um político contra problemas sociais.

O governante tem o direito de criar símbolos que facilitem, sintetizem e traduzam as prioridades de uma administração. Vivemos numa sociedade de massas, marcada pelo excesso de informação. Nada há de errado em o governante, seguindo as regras do jogo da mídia (você vale quanto aparece), facilitar o entendimento de suas mensagens, fixando uma imagem.

A sujeira física de São Paulo serve como analogia para a sujeira moral. A parceria, traduzida no mutirão, é apresentada como essência da administração. O mutirão do Pacaembu, portanto, traduz habilmente essa mensagem.

É obrigação da nova prefeitura transmitir o sinal de que, depois de tanto abandono, São Paulo está sendo acolhida, respeitada e cuidada. Seria um suicídio se aguardasse, trancada em seu gabinete, o resultado das ações coordenadas pelos assessores e secretários - algo que demora.

O símbolo vira factóide - e aí apenas uma empulhação - se estiver descolado da consistência administrativa. Por mais importante, por exemplo, que seja a consciência dos moradores para a limpeza da cidade, quem varre as ruas é a Prefeitura. Se não estiver varrendo direito, as cenas da prefeita com a brocha ficam ridículas, insossas, e ganham o status semelhante ao dos marajás, de Fernando Collor.

 

 
 
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