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Rita
é uma "loira burra"?
Não
há dúvida de que, por trás da escolha
de Rita Camata para vice de José Serra, ocorreu uma
operação essencialmente de marketing - ela,
afinal, além de ser do PMDB, é mulher e, ainda
por cima, bonita. É visível o dedo de Nizan
Guanaes, buscando um rosto suave para amenizar, na chapa,
a carranca de Serra.
É
até possível que a escolha traga prejuízos
para a chapa: circulam rumores sobre eventuais mazelas do
marido de Rita, Gerson Camata, o que pode, quem sabe, respingar
na chapa governista. Mas é injusto dizer, como está
ocorrendo, que a deputada é um produto de marketing.
No Congresso,
ela ajudou a plantar as bases da Lei de Responsabilidade Fiscal,
ao fixar em 60% do orçamento no máximo os gastos
com o funcionalismo. E, mais importante, usou seu mandato
para ajudar a consolidar conquistas legais para as crianças
e adolescentes _ foi, por exemplo, a relatora do Estatuto
da Criança e do Adolescente ( ECA) e esteve na ponta
da investigação parlamentar sobre o assassinato
de crianças. É mais do que a imensa maioria
dos parlamentares já fez.
É
justo que se critique a contradição de quem,
como ela, votava quase sempre com a oposição
ao presidente Fernando Henrique Cardoso e, agora, muda de
lado. Mas apontá-la como uma espécie de "loira
burra", sem serviços prestados à nação,
é ignorância ou má-fé.
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