O
prêmio do Unicef não é de Ciro Gomes
O presidenciável
Ciro Gomes está alardeando como um dos marcos históricos
da sua biografia o prêmio da Unicef destinado aos programas
de saúde no Ceará -apresenta a condecoração
como sinal de seriedade administrativa e compromisso social
de sua gestão como governador. Está aí
um bom exemplo de manipulação eleitoral de uma
informação.
De fato,
Ciro Gomes foi a Nova York receber o prêmio, mas o grande
mérito (e o pessoal do Unicef sabia disso) não
é dele, mas de seu antecessor e padrinho, Tasso Jereissati.
Na primeiro
mandato de governador de Tasso Jereissati, desenvolveu-se
no Ceará um projeto pioneiro de agentes de saúde.
Registraram-se resultados notáveis: em pouco tempo,
os índices de mortalidade infantil despencaram 30%,
com baixos investimentos. Anos depois o agente comunitário
foi encampado nacionalmente e foi um dos responsáveis
pela baixa dos índices de mortalidade infantil.
Sensibilizado
com o impacto do programa, o Unicef queria apresentar mundialmente
a experiência para mostrar como se consegue reduzir,
com poucos recursos, a mortalidade infantil. Tasso, porém,
já não era mais governador.
Como o
programa de agente de saúde não foi interrompido
(e aqui pode-se atribuir mérito a Ciro), o Unicef decidiu
dar o prêmio ao "governo e ao povo do Ceará".
Como se
diz, o fracasso é órfão e o sucesso está
sempre cheio de padrinhos. Para registro histórico,
é obrigatório dizer que coube a Tasso Jereissati
lançar um dos mais importantes projetos sociais do
Brasil, inspirado nas experiências internacionais e,
em especial, da Pastoral da Criança, chefiada pela
médica Zilda Arns.
Para ir
mais fundo na história dos "padrinhos", foi
o Unicef que estimulou D. Paulo de Evaristo a desenvolver
um plano de redução da mortalidade infantil.
D. Paulo chamou para a missão Dra. Zilda, sua irmã.
Sucessão
presidencial à parte, importa que tais idéias
foram aplicadas e ajudaram.
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