Urbanista
vai virar novo guru
As urnas
emitiram pelo menos uma grande mensagem, a principal lição
a ser extraída: o aumento do poder das cidades e, por
conseqüência, do prefeito.
Resultado do aprofundamento da democracia e da descentralização
política, o cidadão vai, aos poucos, olhando
com mais interesse para o que acontece ao seu redor e distanciando-se
da esfera federal.
Nenhum lugar essa tendência é tão visível
como São Paulo, vivendo no limiar da ingovernabilidade.
A expectativa para a última debate entre Marta Suplicy
e Paulo Maluf ganhou um ar de final de campeonato de jogo
de futebol; a disputa virou assunto rotineiro de todos quase
todo o tempo.
Não deveria existir nisso muita novidade. Natural que
os cidadãos desse mais atenção ao cotidiano
urbano, onde está a maioria das fontes de suas irritações.
A maioria, porém, segundo as pesquisas, não
se lembrava em quem votava para vereador, muito menos acompanha
sua atuação.
Temática municipal era assunto menor. Alguém
se candidatava a vereador basicamente para dar um salto para
deputado; prefeito de cidades pequenas preparavam-se para
virar deputado federal.
Prefeitura de São Paulo era pura e simplesmente trampolim
ao governo estadual e, depois, presidência.
Os próprios jornais davam pouca atenção
à cobertura do municípios. Os jornalistas políticos
prestigiados estavam em Brasília ou cobriam o poder
federal.
A formação política brasileira sempre
privilegiou o poder central, fazendo dos cargos municipais
a base da hierarquia; Brasília mandava e desmandava,
definia e redefinia verbas.
Se até certo momento na história os bacharéis
eram reverenciados na estrutura de poder, depois vieram os
economistas, todos valorizados por sua influência em
políticas públicas federais.
A atenção para a temática municipal veio
para ficar. O que vai dar prestígio a mais uma categoria
profissional: os urbanistas, aqueles de quem se esperam as
soluções para que se viva numa cidade com mais
prazer.
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