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Alto
custo trabalhista empurra brasileiro para a informalidade
O próximo presidente receberá uma herança
indesejada, que tem tido pouco ou nenhum destaque no debate eleitoral:
o custo trabalhista, que desestimula o emprego formal e empurra
milhões de brasileiros para a informalidade, agravando o
déficit da Previdência Social. Levantamento feito pelo
advogado Luiz Guilherme Migliora, professor da Ibmec Business School,
com exclusividade para o Jornal do Brasil, mostra que o governo
arrecada demais, e o trabalhador ganha relativamente pouco em relação
a outros países.
Comparando os custos trabalhistas, descobre-se que o trabalhador
formal brasileiro recebe apenas R$ 6 de cada R$ 10 que o empregador
desembolsa. Em países mais desenvolvidos, esta proporção
gira em torno de 70% e, em nações consideradas emergentes,
como o Brasil, chega a 89,3% - caso do México. Com custos
menores, a economia ganha em competitividade. Um exemplo limite
dado por ele: "Imagina o patrão explicar para o empregado:
vou te pagar R$ 5 mil, mas você vai receber R$ 3 mil, e, mesmo
assim, uma parte só quando for demitido''.
Migliora, no entanto, não defende a livre negociação
dos direitos trabalhistas, mas sim a incorporação
dos benefícios aos salários. A flexibilização
da legislação trabalhista, que chegou a ser aprovada
na Câmara dos Deputados, em votação apertada,
em 2001, sobrepõe os acordos coletivos à Consolidação
das Leis Trabalhistas (CLT). Para Migliora, a organização
sindical brasileira é viciada e, no caso dos trabalhadores
de renda mais baixa, não se pode prescindir da tutela do
Estado. "A livre negociação deveria valer para
uma faixa salarial mais alta, que tem margem para negociar seus
direitos sem sair prejudicada".
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