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Dia 14.08.01

 

 

1,5 milhão de brasileiros é considerado rico

Menos de 1% da população brasileira é rica. Isto significa que 1,5 milhão de pessoas ganha mais de R$ 8 mil (precisamente R$ 8.518,04). O salário médio per capita de uma família rica, desde que as quatro pessoas trabalhem, é de R$ 2.129,51. A definição da linha da riqueza e o conhecimento de quem são os ricos do Brasil são fundamentais para estabelecer uma política de combate à pobreza, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Uma política de eliminação da pobreza ''afetaria uma pequena elite em favor de uma grande massa'', diz o estudo do Ipea. Ao contrário do que acontece na África, o problema no Brasil é de desigualdade, não de pobreza. A metade da riqueza do país está nas mãos de apenas 10% da população. Menos de 1% da população seria afetada para eliminar a miséria no país, que atinge 34% da população. O estudo está causando polêmica.

Os estudiosos se dividem na hora de estipular um valor a partir do qual a pessoa pode ser considerada rica. Nos Estados Unidos, a linha de riqueza é outra. São considerados ricos os que ganham US$ 110 mil por ano, o que dá pouco menos de R$ 273 mil. Dos 265 milhões de americanos, 15,2% das famílias têm rendimento superior a US$ 100 mil anuais.

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Rico brasileiro ganha R$ 8,5 mil
Um 'rico' no vermelho

 

 
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Rico brasileiro ganha R$ 8,5 mil

Todas as famílias brasileiras com rendimentos mensais acima de R$ 8.518,04 são ricas, revela estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O trabalho ''A Construção de uma Linha de Riqueza a Partir da Linha da Pobreza'', delimita esse universo em 1,5 milhão de pessoas, ou pouco menos de 1% da população brasileira. Dentro do mesmo critério, o salário médio per capita de uma família rica (desde que as quatro pessoas trabalhem) é de R$ 2.129,51.

A definição da linha da riqueza e o conhecimento de quem são os ricos do Brasil são fundamentais para estabelecer uma política de combate à pobreza, afirma o pesquisador Marcelo Medeiros, autor do trabalho. Ele argumenta que há, no Brasil, muitos estudos sobre os pobres, mas pouco se sabe sobre os ricos. E deles, declara, terão que vir os recursos para reduzir a pobreza.

No estudo, Marcelo Medeiros usou a premissa de que a determinação da linha de pobreza obriga necessariamente a um correspondente: a linha de riqueza, um valor máximo que os ricos teriam direito de ganhar para que o excedente fosse distribuído aos pobres, garantindo a esses uma renda para tirá-los da pobreza. Se a linha que delimita os mais pobres for fixada em R$ 84, a linha da riqueza seria de R$ 2.129,51 mensais por pessoa. Os ricos teriam que ficar menos ricos, comenta Medeiros.

A proposta é polêmica e Medeiros reconhece que o estudo é um exercício teórico que servirá de base ao desenvolvimento de novos trabalhos para a formulação de sugestões de políticas de combate à pobreza. Segundo ele, a conclusão mais importante é de que uma política de eliminação da pobreza ''afetaria uma pequena elite em favor de uma grande massa''.

''O problema no Brasil é de desigualdade, não de pobreza, como acontece na África'', diz Medeiros. A metade da riqueza do país está nas mãos de apenas 10% da população. ''O Brasil é um país com população igual. Só que é igual na pobreza'', afirma. Numa das simulações, o pesquisador conclui que menos de 1% da população seria afetada para eliminar a miséria.

Medeiros parte do princípio de que ''a pobreza é moralmente inaceitável'' e que os mais ''ricos'' estariam dispostos a dividir sua riqueza com os pobres. Segundo o estudo, as medidas para erradicar a pobreza, que atinge 34% da população, afetam ''uma parcela mínima dos indivíduos mais ricos do país''.

Medeiros sonha com um modelo em que os ricos dariam aos mais pobres a parte de seus rendimentos que superasse os R$ 2.129,51, o valor que define a linha de riqueza. Seriam estabelecidas escalas de graduação para ricos e pobres: a transferência começaria com os ricos que estivessem na parte mais alta da escala para os pobres em pior situação. Pouco a pouco, os ricos ficariam menos ricos e os pobres menos pobres até um momento em que a pobreza estaria completamente erradicada. ''Se a população é totalmente avessa à pobreza, estará disposta a empenhar os esforços a seu alcance para eliminá-la'', afirma o estudo.

Nos Estados Unidos, a linha de riqueza é outra. São considerados ricos os que ganham US$ 110 mil por ano, o que dá pouco menos de R$ 273 mil. Dos 265 milhões de americanos, 15,2% das famílias têm rendimento superior a US$ 100 mil anuais. Medeiros reconhece que o tema é controverso: os estudiosos se dividem na hora de estipular um valor a partir do qual a pessoa pode ser considerada rica.

Em seu trabalho, Medeiros considerou duas hipóteses de linha de pobreza. A primeira com rendimento médio por pessoa de R$ 84. Dentro desse critério, vivem 53,1 milhões de pobres com renda mensal familiar (quatro pessoas por família) de até R$ 336. A segunda considera pobres os que tivessem rendimento de até R$ 68 por mês. Nesse caso, o número total de pobres cairia para 41,6 milhões, e a linha da riqueza subiria para R$ 2.816,47. Ou seja, os 800 mil brasileiros - 0,5% da população - com rendimento acima desse valor teriam que doar o excedente aos pobres.

(Jornal do Brasil)

 

 
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Um 'rico' no vermelho

O economista Carlos Thadeu de Freitas Gomes, 53 anos, é um exemplo do que seria um rico brasileiro. Com renda mensal acima de R$ 9 mil e sustentando uma família de quatro pessoas, o economista afirma que o estudo não condiz com sua realidade.

Morando em residência própria e os filhos estudando em universidade federal, Carlos afirma viver no padrão de uma família de classe média. Entre seus ''luxos'', cita os jantares em restaurantes nos finais de semana. Conta que a última viagem para o exterior com a família foi realizada há quatro anos. Afirma que o governo consome cerca de 30% do seu salário com o pagamento de impostos e taxas públicas e contas de energia, telefonia e gasolina. Além disso, vive no cheque especial, pagando 10% do salário em juros bancários e empréstimos.

''Esse pesquisador quer fazer uma política Robin Wood. Não é possível fazer uma distribuição de renda de acordo com a proposta dele'', diz. Carlos sugere que o governo crie um fundo de investimento na educação com dinheiro arrecadado dos mais ricos, em vez de uma política de distribuição de renda direta.

(Jornal do Brasil)

 

 
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