Empreendedorismo
no Brasil acontece por necessidade, revela estudo
O Brasil está
caindo no ranking internacional do empreendedorismo. No entanto,
o país sobe algumas posições quando a avaliação
é feita a partir do motivo que leva as pessoas a abrir um
negócio: necessidade e não por oportunidade. A dificuldade
em encontrar trabalho é a motivação de 55,4%
dos empreendedores, o que dá ao Brasil a maior taxa de atividade
por necessidade (7,5%) dos 37 países pesquisados.
A pesquisa é
feita desde 1999 pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), instituição
criada pela London Business School e pelo Babson College de Boston
(EUA). O Brasil participa desde 2000, via Instituto Brasileiro de
Qualidade e Produtividade no Paraná (IBQP). Na primeira vez
em que foi avaliado, junto com 21 países, o Brasil foi classificado
como a primeira nação em iniciativa empreendedora.
No ano seguinte, já com 28 países participando da
pesquisa, ficou em quinto lugar.
Segundo o estudo,
o empreendedorismo por necessidade tende a ser maior entre os países
em desenvolvimento, "onde as dificuldades de inserção
no mercado de trabalho levam as pessoas a buscar alternativas de
ocupação". "Este índice (do empreendedorismo
movido pela necessidade) deve servir de alerta para nossa sociedade",
disse o presidente do IBQP-PR, Sérgio Prosdócimo,
ressaltando que o Brasil precisa mudar, "e rapidamente",
suas políticas de apoio às micro e pequenas empresas.
De acordo com
o levantamento do GEM, os grandes entraves para as micro e pequenas
empresas estão no acesso e no custo do capital necessário;
na elevada carga de tributos e exigências fiscais e legais;
na capacitação para a gestão do negócio
e no fato de que políticas e programas dedicados ao setor
não serem adequados à realidade do empreendedor.
Leia
mais:
- Brasileiro torna-se empreendedor
por "necessidade", aponta estudo
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Brasileiro
torna-se empreendedor por "necessidade", aponta estudo
O Brasil está
caindo no ranking internacional do empreendedorismo e, o que é
pior, sobe quando a avaliação é feita a partir
do motivo que leva as pessoas a abrir um negócio: necessidade
e não por oportunidade. A dificuldade em encontrar trabalho
é a motivação de 55,4% dos empreendedores do
país, o que dá ao Brasil a maior taxa de atividade
por necessidade (7,5%) dos 37 países pesquisados.
A pesquisa é
feita desde 1999 pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), instituição
criada pela London Business School e pelo Babson College de Boston
(EUA). O Brasil participa desde 2000, via Instituto Brasileiro de
Qualidade e Produtividade no Paraná (IBQP). O resultado foi
apresentado ontem, simultaneamente em Curitiba e Nova York.
Na primeira
vez em que foi avaliado, junto com 21 países, o Brasil foi
classificado como a primeira nação em iniciativa empreendedora.
No ano seguinte, já com 28 países participando da
pesquisa, ficou em quinto lugar. Agora aparece em sétimo
entre 37 nações. A taxa inicial, segundo o coordenador
geral do projeto, Marcos Mueller Schllemm, ainda refletia pequeno
surto de crescimento da economia verificado naquele ano, pré-apagão.
Dois países
que aparecem à frente do Brasil em capacidade empreendedora
integram a pesquisa pela primeira vez neste ano: Chile (terceiro
lugar) e Tailândia, que lidera o ranking geral e ocupa também
a melhor posição quando se contrapõem oportunidade
e necessidade.
As demais nações
mais empreendedoras que o Brasil são Índia, Coréia,
Argentina e Nova Zelândia. Entre os países desenvolvidos,
os Estados Unidos ocupam a 11ª colocação; o Canadá,
a 13ª; Itália, Inglaterra e Alemanha aparecem nas posições
22, 23 e 24; a França é a 34ª. Em todas as pesquisas,
o Japão surge como o país com a menor taxa de empreendedorismo.
O estudo mostra
que, de forma geral, o empreendedorismo por necessidade tende a
ser maior entre os países em desenvolvimento, "onde
as dificuldades de inserção no mercado de trabalho
levam as pessoas a buscar alternativas de ocupação".
A comprovar a afirmação, apenas três países
têm taxas de abertura de negócios por necessidade maior
que a taxa de oportunidade - Brasil, Argentina e China.
"Este índice
(do empreendedorismo movido pela necessidade) deve servir de alerta
para nossa sociedade", disse o presidente do IBQP-PR, Sérgio
Prosdócimo, ressaltando que o Brasil precisa mudar, "e
rapidamente", suas políticas de apoio às micro
e pequenas empresas.
A posição
da Argentina, que aparece em quinto no ranking do empreendedorismo,
se deve, na avaliação do diretor técnico do
Sebrae, Vinícius Lummertz, aos nichos de mercado abertos
depois da recente "quebradeira" de empresas. A crise "abre
oportunidades para a taxa de crescimento do empreendedorismo",
afirmou. O Sebrae financia a pesquisa no Brasil.
"Se 97%
dos empregos são gerados na pequena empresa, porque não
apoiar de fato esse setor?", questionou Lummertz, indicando
a "necessidade radical de mudar a cultura empreendedora do
Brasil". De acordo com o levantamento do GEM, os grandes entraves
estão no acesso e no custo do capital necessário;
na elevada carga de tributos e exigências fiscais e legais;
na capacitação para a gestão do negócio
e no fato de que políticas e programas dedicados ao setor
não são adequados à realidade do empreendedor.
No ranking do
apoio ao empreendedorismo e da existência de políticas
corretas e facilidades para a abertura de negócios, o Brasil
aparece na 34ª posição entre os 37 países.
Avaliando as taxas de empresas nascentes (com até três
meses) e novas empresas (até 42 meses), a pesquisa do GEM
no Brasil mostrou também que, apesar do número de
novos negócios estar acima da média dos outros países,
"ficou bem abaixo do patamar do ano anterior" - 5,7% ante
9,2% em 2001.
Para os técnicos,
a redução é causada provavelmente pelo "contexto
econômico adverso". No total, o levantamento estima a
existência de 14,4 milhões de empreendedores no Brasil.
Destes, a maioria (27%) está na faixa etária dos 25
aos 34 anos. As mulheres empreendedoras passaram de 38% no ano passado
para 42% em 2002.
(Valor -
14/11/02)
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