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Especulação
eleitoral custa caro ao mercado
Só nos
dez primeiros dias de maio, os investidores estrangeiros retiraram
nada menos do que R$ 138,99 milhões da Bolsa de Valores de
São Paulo (Bovespa). Foi a primeira vez, desde janeiro, que
as vendas de ações superaram as compras por estrangeiros
na Bovespa. Mas o número surpreende pelo tamanho: em apenas
dez dias, a saída de recursos em maio já é
quase igual à registrada em todo o mês de setembro
do ano passado, quando os mercados financeiros viviam quedas recordes
após os atentados terroristas aos EUA e a Bovespa perdeu
R$ 140,94 milhões em recursos estrangeiros. Para se ter uma
idéia da mudança no apetite dos estrangeiros por ativos
brasileiros, em abril o fluxo foi positivo, com um ingresso de R$
318,45 milhões em recursos externos.
O fluxo negativo
é resultado direto da enxurrada de relatórios de bancos
americanos e europeus que, desde o começo do mês, passaram
a rebaixar sua recomendação de investimentos no país,
muitos dos quais citando incertezas no cenário político.
E não há perspectivas de melhora em curto prazo. No
começo do mês, quatro grandes bancos estrangeiros (Merrill
Lynch, Morgan Stanley, ABN Amro e Santander) divulgaram relatórios
a clientes nos quais rebaixavam sua recomendação para
os títulos brasileiros.
E foram os mesmos
tipos de relatórios que mais tarde foram o estopim para uma
mudança radical no humor dos mercados. Depois de bater a
cotação máxima do ano segunda-feira passada,
atingindo R$ 2,521, o dólar recuou nos últimos dias,
mas ainda acumula alta de 4,66% este mês. A maior aversão
a ativos brasileiros fez com que grandes empresas - como Petrobras,
Eletropaulo e Sanepar - cancelassem operações para
tomar empréstimos no exterior. Os títulos da dívida
externa brasileira caíram tanto que o Morgan Stanley, que
no começo do mês desaconselhara investimentos no Brasil,
divulgou novo relatório sugerindo a compra dos papéis
para aproveitar os preços baixos.
Leia
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- O
custo da especulação eleitoral
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