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"Efeito
renda" derruba inflação e nível de atividade
da economia
O efeito "renda"
deve persistir ao longo do ano, pois segundo o Instituo de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), os indicadores do mercado de trabalho
vão continuar ruins este ano. A instituição
trabalha com perspectiva de desaceleração da inflação
nos próximos meses, com o IPCA fechando o ano em 5,2%, já
que descarta pressão dos preços livres, limitados
por demanda debilitada pela renda ainda em queda.
O rendimento
real caiu 5,5% no primeiro trimestre, evoluindo gradualmente ao
longo do ano até fechar ainda no vermelho, com queda média
de 1,8%. Mas, em dezembro, haverá uma tímida recuperação
da renda, registrando taxa positiva de 1,3% (engordada em parte
pelo 13º). O Ipea acredita num crescimento de 1% do emprego
no ano. Mas, a massa salarial será negativa em 0,5%. A taxa
de desemprego projetada é de 6,4%.
Estes números
estão, em última instância, atrelados ao nível
de atividade da economia. O Ipea reviu sua estimativa de PIB de
2,5% para 2%, pouco acima dos 1,5% de 2001. A indústria também
teve sua projeção revista para 2,0%. Todas as projeções
de nível de atividade foram alteradas para baixo, depois
que a economia começou a desaquecer face a retomada de alta
do juro e o aumento do risco Brasil. O mais alarmante é a
projeção para bens duráveis, que baixou de
uma expectativa de expansão anual de 4,7% em janeiro, para
zero, em abril. Motivo: restrição de crédito
e diminuição do poder aquisitivo dos brasileiros.
Leia
mais:
- Renda em queda derruba inflação e nível
de atividade
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Renda
em queda derruba inflação e nível de atividade
O Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) trabalha com perspectiva
de desaceleração da inflação nos próximos
meses, com o IPCA fechando o ano em 5,2%. A taxa foi revista para
cima no Boletim de Conjuntura de abril, divulgado ontem, mas Paulo
Levy, economista-chefe da instituição, informa que
a nova projeção já incorpora o comportamento
dos preços administrados - petróleo, telecomunicações
e energia elétrica - e descarta pressão dos preços
livres, limitados por demanda debilitada pela renda ainda em queda.
Nesse cenário, o Ipea admite haver espaço para redução
gradual do juro/Selic a partir do terceiro trimestre, de 18,5% para
17,8%, fechando o ano em 17,5% .
Levy apoiou
a decisão do Copom de manter inalterada a Selic de 18,5%.
"Neste momento, é melhor ter cautela". Ele lembrou
que a tendência para inflação em junho e julho
é de alta, pois estão programados reajustes de tarifas
telefônicas (8%) em junho e de energia elétrica, em
julho (14% a 15%). No segundo semestre, porém, se a entressafra
for menos rigorosa que em 2001, o comportamento dos preços
pode ser bem favorável. O Ipea prevê alguma pressão
do milho, mas aposta que a carne (com elevado peso nos índices
de inflação) não deverá subir, compensando
eventuais reajustes no frango.
Um fator positivo
é o petróleo. Projeções do Project Link,
base de estatística de petróleo da ONU, indicam queda
no preço do barril do tipo Brent dos US$ 26 atuais para US$
23 na média/ano. Eustáquio Reis, diretor do Ipea,
alerta que este preço supõe normalidade no Oriente
Médio, que se for quebrada poderá levar a alta do
óleo. Mas, neste jogo de xadrez as decisões da Opep
ainda são importantes e determinam em última instância
os preços.
O câmbio
também poderá favorecer a inflação.
O Ipea projeta uma taxa média/ano de R$ 2,45, fechando dezembro
em R$ 2,51 por dólar. Levy disse que desde que o dólar
caiu no início do ano esta apreciação do real
não foi repassada aos preços. "Não imaginamos
que no caso de uma depreciação do câmbio ocorram
novas pressões inflacionárias, a não ser que
o dólar avance além dos R$ 2,50 para uma faixa de
R$ 2,70 a R$ 2,80 como ocorreu em outubro". Ele destacou que
os preços do atacado têm apresentado descolamento em
relação ao varejo, o que é positivo, mas é
outra conseqüência do efeito "renda".
Este efeito
deve persistir ao longo do ano, pois segundo o Ipea, os indicadores
do mercado de trabalho vão continuar ruins este ano. O rendimento
real caiu 5,5% no primeiro trimestre, evoluindo gradualmente ao
longo do ano até fechar ainda no vermelho, com queda média
de 1,8%. Mas, em dezembro, haverá uma tímida recuperação
da renda, registrando taxa positiva de 1,3% (engordada em parte
pelo 13º). O Ipea acredita num crescimento de 1% do emprego
no ano. Mas, a massa salarial será negativa em 0,5%. A taxa
de desemprego projetada é de 6,4%.
Estes números
estão, em última instância, atrelados ao nível
de atividade da economia. O Ipea reviu sua estimativa de PIB de
2,5% para 2%, pouco acima dos 1,5% de 2001. A indústria também
teve sua projeção revista para 2,0%. Todas as projeções
de nível de atividade foram alteradas para baixo, depois
que a economia começou a desaquecer face a retomada de alta
do juro e o aumento do risco Brasil. Somente a produção
de petróleo aparece como exceção neste quadro
pouco animador, com expectativa de crescimento de 9%. Já
a indústria de transformação deve crescer apenas
1,1%. O mais alarmante é a projeção para bens
duráveis, que baixou de uma expectativa de expansão
anual de 4,7% em janeiro, para zero, em abril. Motivo: restrição
de crédito e diminuição do poder aquisitivo
dos brasileiros.
(Valor Econômico)
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