Brasil
é prata no ranking do desemprego mundial
Por pouco o
Brasil não assegura mais uma medalha de ouro em suas conquistas.
A situação periclitante do emprego garantiu ao país
o segundo lugar no ranking mundial do desemprego em números
absolutos, com 11,454 milhões de pessoas sem trabalho em
2000. Perde apenas para a Índia, que tem 41,344 milhões
de desempregados.
Os dados fazem
parte do estudo "Globalização e Desemprego: Breve
Balanço da Inserção Brasileira", divulgado
ontem pela Secretaria de Desenvolvimento,Trabalho e Solidariedade
da Prefeitura de São Paulo. Os números referem-se
ao ano 2000, com base em informações do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), da OIT (Organização
Internacional do Trabalho), do FMI (Fundo Monetário Internacional)
e do Banco Mundial, entre outras entidades internacionais.
Enquanto isso,
o próprio tucanato troca acusações. Segundo
o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, a culpa por
toda essa situação é da políticas econômicas
do governo de Fernando Henrique Cardoso e dos altos juros do mercado.
Afinal, é justamente esse juro que, somado à queda
da renda, impedem o crescimento econômico brasileiro. Resultado:
queda no Produto Interno Bruto (PIB) e mais desemprego.
Cabe aqui lembrar,
que, no mês de abril o desemprego bateu recorde, passando
para 20,4% da População Economicamente Ativa (PEA).
Como disse o colunista José Simão, do jornal Folha
de S. Paulo, "trabalho no Brasil , só se for de macumba".
Leia
mais:
- Brasil é o 2º do mundo em desemprego
Leia
também:
- Economia surpreende e PIB piora pouco
- Pesquisa aponta escassez de empregos permanentes
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Brasil
é o 2º do mundo em desemprego
O Brasil ocupa
o segundo lugar no ranking mundial do desemprego em números
absolutos, com 11,454 milhões de pessoas sem trabalho em
2000. Perde apenas para a Índia, com 41,344 milhões
de desempregados.
Há 20
anos, o país estava na nona posição, com 964,2
mil desempregados. Em 90, ocupava o sexto lugar, com 2,368 milhões.
Em 2000, havia 164,4 milhões de desempregados no mundo.
Os dados fazem
parte do estudo "Globalização e Desemprego: Breve
Balanço da Inserção Brasileira", divulgado
ontem pela Secretaria de Desenvolvimento,Trabalho e Solidariedade
da Prefeitura de São Paulo. Os números referem-se
ao ano 2000, com base em informações do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), da OIT (Organização
Internacional do Trabalho), do FMI (Fundo Monetário Internacional)
e do Banco Mundial, entre outras entidades internacionais.
"Os países
desenvolvidos sofreram mais com o desemprego na década de
80. A partir dos anos 90 -e, portanto, da globalização-,
a desigualdade entre as nações aumentou. Os mais desenvolvidos
colheram melhores resultados econômicos e sociais, registrando
queda na participação no desemprego mundial. As nações
não-desenvolvidas perderam participação no
PIB [Produto Interno Bruto" e ganharam no desemprego",
disse o secretário municipal do Trabalho, o economista Marcio
Pochmann. "Também quebra o mito de que a inovação
tecnológica traz o desemprego. Não, ela aumenta as
chances de crescimento de um país."
O secretário
cita como exemplo o que ocorreu nos países que integram o
G-7 (grupo que reúne os países mais ricos do mundo).
Em 80, dos oito países com maior número de desempregados,
cinco pertenciam a esse grupo: EUA, Itália, Inglaterra, França
e Japão. Em 2000, eram apenas três -EUA, Alemanha e
Japão.
"Os países
em desenvolvimento fizeram o caminho inverso. O Brasil perdeu participação
na soma do PIB e disparou no ranking do desemprego mundial, superando
o total de desempregados dos EUA, da Rússia, da Alemanha
e até da Indonésia", afirmou.
O estudo revela
ainda que, apesar de o Brasil possuir 3% de toda a força
de trabalho do mundo, responde por 7% do desemprego mundial. Há
duas décadas, concentrava 2,6% da PEA (População
Economicamente Ativa) e 1,7% do desemprego mundial.
Em relação
à taxa de desemprego, levantamento feito com 114 países
mostra que o Brasil passou da 91ª posição com
2,2%, em 80, para o 23º lugar, com 15% de taxa de desemprego,
em 2000, ficando atrás da Argentina, na 22ª posição
com 15,1%. Já os EUA passaram do 27º lugar nesse ranking,
com 7,2% de taxa de desemprego, em 80, para o 64º em 2000,
com 4%.
Para Pochmann,
o Brasil se inseriu "mal" no mundo globalizado. "A
falta de políticas voltadas para a expansão econômica
associada à globalização fez com que o país
abrisse sua economia sem critérios. Fomos passivos nesse
processo. O resultado foi desastroso para o mercado de trabalho."
Ele cita como exemplo de perda de oportunidade a instalação
de bancos estrangeiros no Brasil. "Poderíamos deixar
que viessem em troca de reduzir a nossa dívida externa."
O secretário
também afirmou que a crise do emprego pode ser invertida
se houver crescimento econômico de 6% a 7% ao ano, necessário
para gerar cerca de 1,6 milhão de vagas para absorver o número
de trabalhadores que ingressam todo ano no mercado de trabalho,
além de aumento das exportações e de políticas
de incentivo ao crédito.
(Folha de
S. Paulo)
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Economia
surpreende e PIB piora pouco
A produção
brasileira de bens e serviços (o PIB) nos primeiros três
meses do ano diminuiu menos que a média das previsões
de analistas privados, que era de cerca de -1,6%, também
o número cravado pela previsão do Ipea (instituto
de pesquisas econômicas ligado ao governo federal).
Segundo dados
divulgados ontem pelo IBGE, nos primeiros três meses do ano
o país produziu 0,73% menos que no primeiro trimestre de
2001, quando a economia estava aquecida e se previa um crescimento
de 4% ou 5% para o ano todo (acabou sendo de 1,51% devido ao racionamento
e aos juros altos). Como a base de comparação era
alta e a economia não dá sinais de reação,
esperava-se resultado pior. Com os números disponíveis
ainda não é possível explicar a relativa melhora
-ou piora menos expressiva.
No entanto,
a produção acumulada nos últimos 12 meses mostra
estagnação: o Produto Interno Bruto cresceu apenas
0,29%, menos que a população do país, que tem
aumentado cerca de 1,3% ao ano. Isto é, os brasileiros continuam
a empobrecer. De resto, o PIB encolheu pelo segundo trimestre consecutivo
em relação ao mesmo período de 2001.
Para economistas
ouvidos pela Folha, incluindo os do IBGE, responsáveis pelo
cálculo, a queda em dois trimestres sucessivos não
significa que o país está em recessão, embora
esse seja um dos muitos conceitos para definir o termo. "Há
uma desaceleração do ritmo de crescimento. Não
dá para dizer que é recessão", afirma
Eduardo Pereira Nunes, diretor de Contas Nacionais do IBGE.
Nunes argumenta
com o número que compara o PIB do primeiro trimestre deste
ano com o do último trimestre de 2001. Na comparação,
a economia cresceu 1,34%. Normalmente, os economistas consideram
a comparação com o período anterior como mais
adequada para medir a tendência da economia. Neste caso, os
técnicos do IBGE preferem esperar o próximo trimestre.
"Não dá para falar em recuperação",
diz Roberto Olinto, coordenador da Equipe Técnica do PIB.
Os técnicos
também avaliam que não dá para jogar toda a
culpa da queda do PIB no efeito estatístico provocado pela
base de comparação elevada (no primeiro trimestre
de 2001 ele havia crescido 4,33%). Para eles, a construção
civil caiu 8,9% e não foi por efeito da base, da mesma forma
que a queda de 23,4% da indústria de veículos foi
um fato real.
"A verdade
é que o consumidor está angustiado e o empresário
está em compasso de espera", afirma a economista Virene
Roxo Matesco, professora da FGV (Fundação Getúlio
Vargas).
Segundo ela,
o consumidor está sofrendo com a queda de renda, com o desemprego
e com os juros altos. Por isso, não compra. A economista
avalia que os juros fazem hoje o papel que era feito pela inflação
como redutor de renda da população mais pobre.
Quanto ao empresário, Virene avalia que ele decidiu adiar
seus investimentos até ter clareza das propostas dos candidatos
à Presidência da República. Com isso, a economia
estaria encolhida tanto pelo lado da oferta (empresas) como da procura
(consumidor).
Mas ela rejeita
a hipótese de recessão."Vivemos uma desaceleração,
que é a redução do uso da capacidade produtiva.
Recessão é a redução dessa própria
capacidade produtiva", afirma.
Eustáquio
Reis, diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, também
rejeita a idéia de que o país esteja em recessão,
mas não vê sinais de melhoria. "A recuperação
não foi consistente até o momento."
A queda da renda,
o desemprego e a interrupção da queda dos juros estariam
na raiz dos problemas. O Ipea prevê que este ano a economia
brasileira não crescerá mais de 2%. Quanto à
queda do PIB ter sido menor que a esperada, Reis entende que foi
apenas uma questão de "magnitude".
(Folha de
S. Paulo)
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Pesquisa
aponta escassez de empregos permanentes
Pesquisa divulgada
pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP)
mostra que pelo menos metade dos domicílios na cidade de
São Paulo possui pessoas sem um emprego permanente. De acordo
com o levantamento - encomendado pela associação à
empresa Toledo e Associados -, 50% das mil pessoas pesquisadas responderam
que não possuem um trabalho regular. "Os números
do levantamento são assustadores", disse o economista
Eduardo Gianetti da Fonseca, que participou do anúncio do
estudo. "Mostram o grau de distorção a que chegou
o mercado de trabalho."
A pesquisa,
que utiliza metodologia qualitativa - diferente da usada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e pela Fundação
Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), ligada ao governo
de São Paulo -, aponta ainda que, do total de entrevistados,
somente 21% possui trabalho fixo com carteira de trabalho assinada.
"Este tipo de emprego se tornou um bem de luxo", comentou
Gianetti, acrescentando que a proporção de pessoas
com carteira assinada é menor do que as que possuem automóveis
e computadores. Segundo o levantamento, 46% dos pesquisados possuem
carros e 27% têm microcomputadores em casa.
Para Gianetti
da Fonseca, o quadro de desemprego no País está se
agravando. "O Brasil cresce pouco e as instituições
não facilitam a criação de emprego", disse.
Segundo o economista, nos últimos oito anos o Brasil apresentou
crescimento médio de 2,3%, número insuficiente para
incorporar o aumento da População Economicamente Ativa
(PEA).
O estudo da
Toledo e Associados foi realizado em março, e tem como objetivo
verificar como os entrevistados se colocam no mercado de trabalho.
Segundo os dados, dos 50% que não possuem trabalho permanente,
51% estão desempregados e procurando trabalho; 26% estão
desempregados, fazendo "bicos" e buscando emprego; 14%
estão desempregados e fazendo "bico"; e outros
8% estão sem trabalho e não procuram emprego.
(Gazeta Mercantil)
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