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Crianças
das favelas cariocas preferem o tráfico à escola
As crianças
das favelas cariocas preferem trabalhar para o tráfico a
ir à escola. Um dos motivos é a percepção
de que o grau de escolaridade não significa, automaticamente,
retorno financeiro em futuro próximo. Elas sabem ainda que
a competição social é desigual, pois a qualidade
do ensino público é inferior ao particular. Some-se
a isso a carga horária integral do trabalho para narcotraficantes.
O tráfico exige ação, movimento, disponibilidade
de ficar ligado o tempo inteiro.
Os dados são
parte e uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto de
Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS). O estudo, encomendado pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT), ouviu
50 menores e jovens, entre 12 e 33 anos, de 12 comunidades carentes
da cidade, empregados no mercado ilegal de entorpecentes. A pesquisa
identificou justificativas distintas para explicar os motivos que
levaram esses garotos a entrar no tráfico.
Os menores de
18 anos apontaram, em primeiro lugar, a identidade com o grupo,
seguida da adrenalina natural à atividade. Ajudar a família
e o desejo de ganhar dinheiro foi a terceira principal justificativa.
No quadro de remuneração do tráfico, levantado
pelo IETS, um olheiro (vigia), cargo mais baixo na hierarquia do
comércio ilegal de drogas, ganha entre R$ 600,00 e R$ 1 mil
por semana, com carga horária variável entre 40 e
72 horas.
Leia mais:
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- "Percebi
que teria o que quisesse no movimento"
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