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Ineficiência
do governo consolida exclusão
Parece que o
governo já se acostumou a ter 54 milhões de brasileiro
sem qualquer poder de compra. Ao ser questionado sobre a distribuição
dos 90 milhões de hectares improdutivos, o ministro da Agricultura,
Marcus Vinícius Pratini de Moraes, respondeu: "Não
plantamos mais porque não temos para quem vender". A
afirmação do ministro é o retrato da incapacidade
do governo de criar políticas sociais de amparo ao trabalhador,
seja ele urbano ou rural.
Os hectares
que estão "sobrando" poderiam ser usados para ajudar
a diminuir a desigualdade social no país. Isso porque, segundo
estudo conduzido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural
Sustentável, as pequenas propriedades rurais familiares são
muito mais eficientes na geração de renda e emprego
do que as propriedades patronais.
A utilização
de uma metodologia da época do Estado Novo para a separação
dos espaços rural e urbano no Brasil só agrava o problema.
O sistema, considerado obsoleto, faz com que a população
calculada para as zonas rurais seja bem inferior à real.
O que atrapalha a definição das políticas do
governo para o campo, como a reforma agrária, já que,
pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a população rural brasileira estará
praticamente ''extinta'' por volta de 2030.
A mesma ineficiência
estatal para aquecer o mercado e criar políticas públicas
sociais se vê na cidade. Os trabalhadores autônomos
estão na miséria. Pesquisa da Fundação
Getúlio Vargas (CPS-FGV) mostra que, entre os 15,529 milhões
de trabalhadores autônomos, 37% não ganham o suficiente
sequer para comer. A renda familiar per capita deles é inferior
a R$ 80 por mês. É como se parte da população
já fosse, de cara, excluída dos processos de consumo
e isso fosse visto como normal.
Leia mais:
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Brasil rural que não está no mapa
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