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Brasil
de contrastes será exposto na ONU
Onze anos depois
da Cúpula Mundial em Favor da Infância, o Brasil não
conseguiu cumprir boa parte das 27 medidas que os 157 países
se comprometeram a adotar para melhorar a situação
de suas crianças. Das 27 metas estabelecidas pelos países
membros da Organização das Nações Unidas
(ONU), apenas 10 foram atingidas plenamente e três não
há dados oficiais disponíveis. Mesmo assim, o governo
exaltará suas conquistas na assembléia da ONU a ser
realizada em setembro, em Nova York.
O governo vai
mostrar na ONU os dois brasis: o que está próximo
de países como a Bélgica, minoritário, e o
que tem 50 milhões de miseráveis e só perde
para a Nicaraguá em desigualdade. A taxa de mortalidade infantil
caiu 30,6% na década. Em compensação, a mortalidade
materna envergonha. Cinco mil mães morrem a cada ano por
complicações da gestação, aborto, parto
e pós-parto. Há 17 anos, a taxa de mortalidade materna
está estacionada em um patamar de 10 a 20 vezes superior
aos indicadores do Primeiro Mundo.
O país
conseguiu reduzir à metade o trabalho infantil na década.
Cerca de quatro milhões de crianças foram retiradas
das áreas de trabalho. Mas não terá como esconder
a situação dos meninos de rua e a dos adolescentes
infratores. "Estatisticamente, o país vai bem, mas em
números absolutos e qualitativamente a situação
ainda é crítica", diz uma das diretoras da Organização
Não-Governamental (ONG) Ação Educativa, Maria
Clara Di Pierro. "Nosso déficit social ainda é
muito grande", admite o embaixador Gilberto Sabóia,
secretário de Estado dos Direitos Humanos do Ministério
da Justiça e responsável por coordenar os trabalhos
sobre o Brasil.
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