Erika
Vieira
Sylvio Alves de Barros Netto, executivo eleito pela revista
InfoExame como uma das 100 personalidades mais influentes
do mercado brasileiro de tecnologia, e diretor do grupo de
jovens empresários da Fiesp, fala como deve ser o profissional
do futuro para trabalhar no setor. Barros também é
criador do portal Minha Vida - que tem como missão
gerar inteligência coletiva por meio da integração
de empresas, especialistas e comunidade de usuários
da área de health care no Brasil – e fundador
da WebMotors, portal dedicado ao segmento automotivo.
Em qual setor falta mais mão-de-obra qualificada?
Hoje a dificuldade é contratar gente na área
de programação. Por isso, procuramos pessoas
em outros setores como, por exemplo, em cursos de inglês,
que muitas vezes não sabem programação
de software, mas é mais fácil ensinar programação
do que o inverso.
Estamos procurando também o que chamamos de Arquiteto
de Informação. São profissionais responsáveis
por olhar páginas de sites e ver onde as pessoas estão
clicando mais, para poder desenvolver novas estratégias.
Há ainda, os Integradores de Comunidade ou Gestores
de Comunidade, que têm o desafio de descobrir como integrar
o conteúdo produzido pela empresa, com o produzido
pelo usuário [se refere a conteúdos produzidos
em comunidades da internet como Orkut e Wikipédia].
Qual é a nova tendência para se formar
um novo profissional?
As empresas estão preferindo pegar gente e formar dentro
do ambiente em que ela irá trabalhar. A idéia
é criar um ambiente de formação e não
ter necessariamente cursos formais. Pegar pessoas júnior
e formar dentro da nossa estrutura. A experiência é
mais importante que a formação formal.
Como a escola pode contribuir para isso?
É necessário existir cursos profissionalizantes
que coloquem rápido no mercado. Esse é o caminho
mais interessante de educação para o Brasil,
um país com tantos desempregados precisa ter um feito
mais inteligente para absorvê-los.
Os princípios básicos da educação
devem ser a leitura (somos péssimos leitores), a escrita
(digitação o quanto antes), o inglês (pela
noção de diversidade cultural além da
língua em si) e a inclusão digital que traz
o raciocínio lógico e a matemática implícitos
(com interfaces cada vez mais intuitivas, vide iPhone).
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