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Pesquisa Folha


Caso do superdotado Giovanni Ferreira

Erika Vieira

Com oito anos de idade, o menino Giovanni Ferreira, foi encaminhado para fazer uma avaliação na APAE, pois sua professora achava que ele era portador de deficiência mental, mas na verdade se tratava de uma criança com alta inteligência cognitiva. Os pais e os professores do interior de Minas Gerais não conseguiram perceber que se tratava de uma criança com alta habilidade para aprender coisas novas.

Os especialistas da APAE detectaram que era um caso de uma criança com inteligência acima da média. Giovanni voltou para a escola regular. Mas o que lhe interessava mesmo era ler na biblioteca livros de graduação. Com oito anos, montou um transmissor de rádio depois de ler a Coleção de Engenharia da Marinha Americana.

”Na escola eu tinha que ler livros infantis, sendo que em casa eu lia livros de graduação. Eu desenvolvia um paralelo intelectual sozinho. A escola era muito desinteressante para mim, era um lugar onde eu tinha que fingir ser o que não era.” Giovanni conta que aprendeu inglês sozinho, ainda criança, ouvindo a BBC.

Aos 18 anos veio para São Paulo e foi trabalhar na área de computação. Como sempre foi precoce para desenvolver projetos na área de eletrônica recebeu convite para assumir a área de controles de uma instituição de ensino.

Com 24 anos prestou vestibular na USP, passando em primeiro lugar me pedagogia e com nota extra para escolher qualquer curso, até medicina. Logo no primeiro semestre da faculdade criou um sistema de leitura em Braile on-line, que hoje está disponível na Unesco e já foi distribuído mais de meio milhão de cópias.

”Quis abandonar a USP porque achava medíocre”. Os professores da USP tentaram adaptar um currículo para ele, mas não deu certo. Até hoje ele não consegue tirar seu diploma pelo fato de não ter assistido todas as aulas básicas, que já não faziam mais sentido para ele.

Hoje, com 29 anos é empresário no ramo de consultoria de tecnologia educacional. “Não vejo futuro acadêmico para mim no Brasil.”