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26/10/2007

Convenção nos EUA discutirá a situação
dos superdotados

Maximilien Calligaris


“Não tenho talentos especiais. Sou apenas apaixonadamente curioso”, Albert Einstein


Durante quatro dias, de 7 a 10 de novembro, a National Association for Gifted Children (NAGC - Associação Nacional para as Crianças Superdotadas) celebrará, nos Estados Unidos, sua 54º Convenção, na cidade de Minneapolis, Minnesota. A convenção receberá 3.000 especialistas de 14 países e 49 Estados americanos, além de milhares de membros como pais, professores, estudantes de pós-graduação, e coordenadores.

A NAGC é uma organização sem fim lucrativo com mais ou menos 8 mil associados. Sem fundos do governo, ela é sustentada só pelas cotizações, por doações e pela venda de produtos e serviços. Através de convenções, publicações e seminários, seu orçamento é destinado a treinar professores e administradores escolares, a ajudar os pais e suas crianças superdotadas a encontrar uma educação apropriada e a promover a causa da educação dos superdotados.

De fato, por mais de 50 anos, pais, professores, educadores e líderes comunitários da NAGC têm dedicado seu trabalho a criar e “ampliar a consciência pública” sobre as necessidades dos superdotados.

Segundo a associação, há mais de 3 milhões de crianças superdotadas que vivem hoje nos EUA. O número está aumentando significativamente desde que a definição do que é uma criança superdotada passou a considerar a expressão artística, a liderança, a criatividade, o esporte e a habilidade musical. A maioria dessas crianças freqüenta escolas normais, em que os professores não têm o treinamento necessário para desenvolver suas capacidades de maneira eficiente.

Em contradição com a idéia comum (que supõe que “eles chegarão ao sucesso de qualquer forma”), tudo indica que, na educação normal, a performance de muitos estudantes superdotados se situa abaixo da média. O paradoxo é apenas aparente: a falta de desafios não desperta a curiosidade do aluno superdotado, e o tédio não o empurra aos níveis de excelência nos quais ele demonstraria seu talento especial.

A maioria das 14 mil escolas públicas americanas não propõe cursos para estudantes superdotados e talentosos. Como esses estudantes provêm de todas as classes sociais, só poucas famílias podem se mudar para um distrito cujas escolas sejam equipadas para superdotados, menos ainda dispõem dos meios necessários para colocar suas crianças em programas e instituições particulares especializadas.

De fato, hoje, a educação americana está mais preocupada em levantar a performance medíocre de seu estudante médio do que em promover uma educação especial para a elite dos estudantes: como proclama a NAGC, “a educação dos superdotados é deixada para trás”.

Assim como a educação formal está sendo moldada às necessidades da performance insatisfatória do estudante médio (inclusive oferecendo programas de reabilitação e recuperação), da mesma forma, deveria se adaptar às necessidades dos estudantes acima da média. Dirigindo atenção exclusivamente para os padrões mínimos de educação, o governo americano estaria descuidando dos estudantes mais prometedores do país.

A Convenção
Por US$ 290, se você for membro, ou US$ 370, se você não for, a convenção da NAGC oferece uma variedade de mesas redondas e conferências sobre questões educacionais. Almoços e refrescos são incluídos, as excursões educativas na cidade são extras (de 49 a 89 US$, segundo o caso).

Pelo preço, você terá também acesso a uma exibição que apresenta todas as empresas associadas à NAGC e sua gama de produtos e serviços: publicações (projetos e métodos educativos, currículo ideal etc.), escolas, acampamentos de verão, programas para superdotados, graduações para os mesmos, ofertas de emprego. As novas tecnologias estarão também presentes: software, hardware, educação online sobretudo em matemática e ciência etc.