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educação

01/08/2006

Cai o número de aprovados no ensino médio em São Paulo

Taxa de 77,4% de alunos que avançaram de série em 2005 é a mais baixa já analisada pelo Tribunal de Contas desde 1997

Governo diz que a queda na aprovação foi reflexo do aumento de alunos matriculados, que antes não cursavam o ensino médio


Ano a ano, menos estudantes do ensino médio estadual de São Paulo, o antigo colegial, conseguem avançar para a série seguinte. Dados da Secretaria da Educação mostram que 2005 foi o ano em que houve a menor taxa de aprovação nesse nível de ensino desde 1997.

As informações foram enviadas pela pasta ao TCE (Tribunal de Contas do Estado), que, além dos gastos do governo, avalia seus indicadores de gestão -1997 foi o primeiro ano que o órgão analisou a aprovação escolar. Desde então, a taxa só melhorou em 1998 e 2001.

Segundo o relatório, no ano passado, 77,4% dos alunos avançaram de série; em 1997, eram 83,6%. Em 2004, o índice foi de 78,3%. Considerando que em 2005 a rede estadual possuía 1,6 milhão de alunos matriculados, isso significa que quase 365 mil secundaristas não foram aprovados em 2005.

Diferentemente do ensino fundamental (antigo primário e ginásio) nas escolas estaduais, na educação média o aluno pode ser retido em qualquer série.

Motivos
Educadores ouvidos pela Folha têm explicações diferentes para a queda. Uma parte culpa a progressão continuada no ensino fundamental, aliada a uma má qualidade de ensino; a outra aponta a possibilidade de ter havido uma mudança de orientação do governo estadual.

"Com a política de ciclos, o aluno vai sendo empurrado, carregando dificuldades", diz a psicóloga e coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Ângela Soligo. No sistema de ciclos, o estudante só pode ser reprovado na quarta ou na oitava série do fundamental.

Opinião parecida tem a presidente em exercício da Apeoesp (associação dos professores da rede estadual), Maria Izabel Azevedo Noronha. "Além disso, o ensino médio não tem identidade. O aluno não vê estímulo para estudar."

Já Dagmar Zibas, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, aponta outra possibilidade. "Pode ser que tenha havido uma mudança de indicação da secretaria. Me parece que antes a intenção era aprovar o maior número possível de alunos, para melhorar os índices."

A assessoria de imprensa do TCE disse que o órgão não comentaria os dados. As informações sobre a aprovação foram retiradas do relatório de contas anuais da administração estadual, exercício 2005, quando o governador do Estado era Geraldo Alckmin (PSDB).

Outro lado
A queda na aprovação no ensino médio é reflexo do aumento no número de jovens que chegam e permanecem nesse nível. Ou seja, alunos que antes deixavam a escola, agora seguem os estudos, mas têm dificuldades. Essa é a explicação dada pela diretora do centro de informações educacionais da Secretaria da Educação, Maria Nicia de Castro, que respondeu em nome do governo Cláudio Lembo (PFL).

Citando dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), Castro destaca que, em 1999, 49,9% dos jovens de 15 a 17 anos cursavam o ensino médio; tal percentual subiu para 67,4% em 2004. "É impossível que, com esse grande aumento, também não houvesse um aumento na reprovação."

Isso porque esses novos alunos, diz Castro, já vinham com dificuldades, pois boa parte estava fora da idade ideal para cursar o ensino médio.


Fábio Takahashi
As informações são da Folha de S.Paulo.

   
 
 
 

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