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pesquisa
04/02/2005
Para alunos, escola respeita opiniões mas não considera problema pessoal

Uma escola que dá liberdade para o jovem expressar idéias e leva em conta suas opiniões, mas não considera os problemas pessoais e familiares. É a avaliação da maioria dos alunos do local onde estuda, diz o questionário socioeconômico do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2004, ao qual a Folha teve acesso.

Os estudantes também criticam a estrutura das escolas: 62,7% dizem que o acesso a computadores e as condições dos laboratórios variam de insuficiente a regular. A mesma avaliação é feita por 35,4% deles em relação às bibliotecas. As condições das salas de aula são mais bem avaliadas -51,5% consideram de regular a bom e outros 23,9%, de bom a excelente.

Por outro lado, os alunos avaliam bem o professor. Mais da metade considera de regular a bom a dedicação dos docentes (53,7%) e o conhecimento que têm da matéria (57,1%), dado próximo ao obtido em 2003, quando os alunos que fizeram o Enem responderam a 188 perguntas do questionário. No ano passado, foram 205 perguntas.

No ano passado, 1,002 milhão de estudantes que fizeram a prova (1,035 milhão) respondeu ao questionário socioeconômico.

Os dados foram fechados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), ligado ao Ministério da Educação. Os resultados não foram separados por escolas particulares e públicas, englobando as duas redes.

Entre os que participam do Enem, porém, a maioria é oriunda de escola pública, e 55,8% têm renda familiar mensal de um a cinco salários mínimos -entre R$ 260 e R$ 1.300, atualmente.

Quando a questão trata do futuro, os alunos são otimistas: 47,1% se consideram preparados para entrar no mercado de trabalho. Outros 49,6% afirma que pretendem prestar vestibular e continuar estudando.

Contrariando o senso comum de que o jovem é indeciso, 70,2% dizem já ter escolhido uma profissão. Os meios de comunicação aparecem como um dos fatores que mais ajudaram nessa escolha.

"Esse resultado mostra que cada vez mais a educação não se dá apenas no espaço escolar. É preciso trabalhar com informações da sociedade", diz o presidente do Inep, Eliezer Pacheco.

Para Pacheco, secretário da Educação de Porto Alegre (2001-2002), o poder público terá de se preocupar cada vez mais com a construção de políticas educacionais integradas, envolvendo desde ambiente até segurança.

Essa necessidade de interação também aparece na pesquisa do exame, quando 56,4% dos estudantes consideram de insuficiente a regular as iniciativas promovidas pela escola de realizar excursões e estudos do meio.

Apesar de a nota média dos estudantes no exame ter sido baixa -37 pontos na rede pública e 54 na particular, em uma escala de zero a cem-, 44,1% deles consideraram que o ensino médio ofereceu uma formação básica necessária para que continuem os estudos na universidade.


LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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