Pesquisa Folha

04/05/2007
Morro do Cavalão é exemplo de articulação e redução da violência

Erika Vieira


Muita integração e boa vontade. Esse foi o caminho que o Morro do Cavalão encontrou para diminuir a violência, chegando a comemorar quatro anos sem tiroteios. Com aproximadamente 4 mil moradores, o local encontrou a tranqüilidade depois que a polícia e projetos sociais passaram a unir forças com a comunidade.

Mesmo sem ter nenhuma escola de ensino fundamental dentro do morro, a educação é tida como um fator determinante para as melhoras. A educação disseminada no Cavalão gira em torno de práticas esportivas, dança, oficinas de computação, educação sexual e auxílio a jovens em situação de risco. Cabendo a ONGs, associação de moradores e poder público a responsabilidade por cada uma dessas atividades.

“No trabalho do dia-a-dia fazemos a troca da arma pelo pirulito”, brinca a diretora da creche comunitária Irmã Catarina, Cléa dos Santos Carvalho, que funciona com verba da prefeitura e também com recursos locais. “A educação infantil é a que primeiro cumpre o papel de inclusão social”, diz o secretário de educação Waldeck Carneiro. Porém, a implantação da creche só chegou no morro no ano 2000 com a iniciativa de um bingo, e posteriormente veio a fazer um convênio com a Secretaria de Educação. Há ainda a creche comunitária Medalha Milagrosa, ambas atendem cerca de 150 crianças.

Existem projetos que funcionam como espécie de extensão escolar. A exemplo do Telecentro, espaço em que os jovens freqüentam antes ou depois da escola para assistirem oficinas ou cursarem aulas de informática. “No Telecentro oferecemos atividades educativas que ajudam a tirar o jovem da condição ruim”, fala Edson Motta, coordenador da sala. “Estamos pensando em usar o Telecentro para fazer uma gincana entre as escolas [dos bairros ao redor, freqüentadas pelos jovens do morro]”, complementa.

Semelhante acontece com a ONG Gente Brasil que ensina balé e ginástica rítmica, e a Associação Geração Capoeira que funciona dentro da Associação de Moradores. Apesar disso, o Morro do Cavalão ainda sente necessidade de uma escola com educação integral. “A gente sempre reivindicou uma escola integral, mas não consegue. Nosso sonho é ter escola integral”, conta Marcos Antonio da Conceição, presidente da Associação de Moradores.

Já na área da saúde todos se articularam para ter o “Médico de Família”, programa financiado pela prefeitura e coordenado pela Associação de Moradores, no qual três médicos são disponibilizados para atender as pessoas em casa e/ou no consultório local.

Polícia diferente
Um dos fatores que mais faz a diferença no Morro do Cavalão é a polícia comunitária. O posto do Gpae (Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais) fica instalado dentro da comunidade, atuando em parceria com os moradores. O resultado disso é a confiança mútua. “A gente não tem medo de falar com a polícia, confiamos no Capitão Romeu”, diz Marcos Antonio da Conceição, presidente da Associação de Moradores.

Eles atribuem a atenção do Capitão Romeu, responsável pelo posto do Gpae, e dos outros policiais como a principal causa da boa relação entre segurança e população. “O Capitão Romeu é uma pessoa que parece que mora aqui com a família. A maioria dos policiais daqui trabalham honestamente”, fala Marcos. Além disso, o espaço do grupamento é aberto para que a população local utilize na organização de espetáculos de teatro e outras atividades de lazer.


Ex-reduto do crime não vê tiroteio há 4 anos

   
 
   
 

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