tendência
07/11/2007

Seminário discute como elevar a criatividade
da moda nacional

João Batista Jr.


Para discutir formas de aumentar profissionalização do setor por meio da inovação, a jornalista Camila Yahn organizou o Pense Moda, seminário que começou na última segunda, 5, e termina hoje em São Paulo. Profissionais nacionais e internacionais debateram assuntos como criação, mercado e vendas.

A indústria têxtil é a segunda que mais emprega no país, com 30 mil empresas e 1,5 milhão de trabalhadores, segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil). Se até algumas décadas atrás a confecção era a parte mais relevante, agora a criatividade do design é apontada como a saída para aumentar as exportações e atrair investimentos. Ainda de acordo com a Abit, o Brasil possuiu 95 escolas de moda, as quais lançam 5 mil novos profissionais por ano no mercado.

“É preciso que os estilistas e outros profissionais se unam”, disse Yahn na abertura do evento. Para ela, o setor deve descobrir quais são suas expertises e seus fracos para poder se desenvolver. “Muitas marcas nacionais vendem para países estrangeiros, mas estão presentes apenas com pouquíssimas peças em lojas que têm um espaço para os designers do mundo. Isso é exportação?”.

Soluções
”É preciso que grandes empresas invistam em novos talentos”, conta Lulu Kennedy, produtora de moda inglesa que veio expor o formato do evento que organiza em Londres. “O Fashion East seleciona três estilistas por ano e os auxilia para que concretizem suas idéias”, diz ela, lembrando que o único requisito para a escolha é o talento. Esses jovens contam com o apoio de uma grande rede de lojas britânica, a Top Shop, que se compromete em financiar seus desfiles e vender suas peças. “O meu trabalho é fazer com que os estilistas fiquem independentes.”

Exemplo nacional
Independente é o que pode se dizer de Alexandre Herchcovitch, estilista brasileiro de maior projeção mundial. Formado pela Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, o designer começou sua carreira desenvolvendo peças para personalidades da cena underground de São Paulo, como transformistas. Com talento e parcerias, hoje ele conta com loja própria até em Tóquio e desfila na semana de moda de Nova York – além de assinar linha de celular para a Motorola e de roupas de cama para a Zêlo. Herchcovitch também é diretor criativo da grife Zoomp, que em 2006 foi vendida ara um grupo de investidores italiano.

Dados do setor têxtil:

  • 20% dos profissionais são altamente qualificados (com cursos de graduação e pós-graduação), 40% têm qualificação média e 60% pouca qualificação;
  • A produção anual de vestuário é de 6,6 bilhões de peças;
  • O faturamento em 2005 foi de US$ 32,9 bilhões. A exportação do mesmo ano foi de US$ 2,2, bi e a importação, US$ 1,51 bi;
  • Participação no mercado mundial: 0,4 %
Fonte: Associação Brasileira da Indústria Têxtil

Mais: São Paulo quer seguir passos de Londres

   
 
   
 

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