investimento
07/12/2007

Sambistas se unem para gerar renda nos meses ociosos

Heitor Augusto

Cinco escolas de samba da zona norte criaram uma aliança para gerar renda no período em que elas não estão na passarela do Anhembi. O objetivo é manter a atividade econômica 12 meses ao ano, expandindo o potencial turístico do samba e aproveitando o que já é produzido nos preparativos para os desfiles.

Mocidade Alegre, Unidos de Vila Maria, Rosas de Ouro, Unidos do Peruche e X-9 Paulistana se uniram em torno do G5. Elas desenvolvem produtos culturais ligados ao samba, todos voltados para o turista.

O principal é o Caia na Folia. Por um preço de R$ 30, o turista fecha um pacote de serviços que inclui recepção de um guia do próprio G5, que acompanha do hotel à quadra de uma das cinco escolas. Lá, terá um espaço reservado ao turista (camarote ou mezanino). Mas, se ele preferir cair na folia dos ensaios junto com os outros componentes, pode ficar à vontade. O guia sempre o acompanhará para apresentar a escola, contar a história e fazer a integração com a comunidade.

“Os guias foram formados em capacitações dadas em parceria com o Sebrae e Senac”, conta Carina Patrícia, gestora do projeto. Cada escola teve de formar um grupo com cinco a dez guias. O serviço funciona de outubro a novembro, período em que o samba-enredo já foi escolhido e as escolas estão em intensos ensaios.

Pós-graduação para japoneses
Um dos projetos desenvolvidos pelo grupo de cinco escolas é uma espécie de “pós-graduação” no samba, na definição da gestora Camila Patrícia. Trata-se de um curso de 8 a 16 horas para turistas japoneses, devido às comemorações de 100 anos da imigração dos orientais ao Brasil.

A primeira etapa é uma capacitação em escola de samba, explicando a história das agremiações paulistanas, como elas se organizam e o tipo de ritmo do samba-enredo. Os turistas mais aptos com o balanço do samba fazem um pequeno desfile, mostrando o que aprenderam. Por fim, vão até a escola e interagem com os membros.

“Estamos discutindo ampliar esse projeto, fechando parcerias com as câmaras de comércio Brasil-Itália, França e Argentina”, explica Camila. “O foco, porém, seria um pouco diferente, mais focado na recepção dos associados das câmaras”, complementa.

Shows fora da avenida
Há mais dois projetos desenvolvidos pelo G5. Um deles é o Carnashow, uma espécie de “desfile vip”. Uma empresa contrata a apresentação, composta por membros das cinco escolas. Outra iniciativa é o Ajude a Escolher o Nosso Samba, voltado para o público que busca maior engajamento nas escolas. A definição do samba-enredo, que acontece de julho a outubro, funciona como atividade integradora do turista.

“Queremos mostrar que as escolas de samba existem não só nos dias do desfile, mas 12 meses ao ano. Elas podem gerar renda nos outros meses”, avalia Camila Patrícia, gestora dos projetos.

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