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encontro
08/11/2004
Países debatem como pagar educação

BRASÍLIA - Dinheiro para a educação. Esse deve ser um dos principais assuntos do Encontro de Alto Nível da 4.ª Reunião Mundial de Educação com ministros de 30 países, que começa hoje em Brasília. A falta de recursos para garantir qualidade à educação nos países em desenvolvimento - especialmente nos mais pobres - tem diminuído as chances do mundo alcançar, até 2015, as metas acertadas pelas Nações Unidas com 160 países para melhoria do ensino na Conferência Mundial de Educação em Dacar, em 2000.

Dados da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) apontam que hoje faltam, por ano, US$ 4,5 bilhões aos países mais pobres apenas para atingir a universalização do ensino primário (que no Brasil vai da 1.ª à 8.ª série). Ao firmar o compromisso de Dacar, em 2000, os chamados países doadores - Estados Unidos, Japão, França, por exemplo - garantiram que não faltariam recursos mundiais para melhoria da educação. No entanto, o dinheiro não tem aparecido.

A reunião no Brasil é a quarta de uma séria de avaliações mundiais que vêm sendo feitas desde 2000. Será apresentado, no encontro, o relatório de monitoramento global das metas a serem cumpridas nos próximos 10 anos. Para a maior parte dos países em desenvolvimento, as notícias não são boas. E, mesmo onde houve melhorias, como no Brasil, ainda existem problemas. As metas acertadas vão desde a universalização da educação primária - tarefa que o Brasil já cumpriu - até a redução em 50% do analfabetismo e a melhoria da qualidade do ensino, duas áreas em que o País tem andado devagar.

"A educação precisa deixar de ser apenas importante na maior parte dos países para ser prioridade dos governos. Os países que tiveram avanços econômicos importantes passaram a considerar a educação prioritária e fizeram os investimentos adequados a isso. É preciso parar de ver a educação como um gasto e ver como um investimento de alto retorno", disse o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein.

Sintoma
O encontro que começa hoje no Itamaraty, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falando na abertura, mostra um sintoma da dificuldade de encaixar o tema na agenda econômica dos países. Apesar da presença do presidente brasileiro, nenhum dos ministros da área econômica convidados - entre eles o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, e o ministro da Fazenda do Brasil, Antonio Palocci - aceitou o convite para tomar parte dos debates.

Logo depois da reunião, que termina na quarta-feira, começa imediatamente um outro encontro com o Banco Mundial, para tratar do financiamento da educação. Chamado de iniciativa Fast Track, o programa pretende encontrar caminhos para acelerar a inclusão educacional nos países mais pobres. E, dessa vez, encontrar formas de cobrar dos doadores o investimento efetivo de recursos nas áreas mais carentes do mundo.

LISANDRA PARAGUASSÚ
do jornal O Estado de S.Paulo

   
 
 
 

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