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09/05/2008

Cursos técnicos aproveitam a vocação de Indaiatuba

Keila Baraçal
Erika Vieira


A presença de grandes empresas como Unilever e Toyota fizeram de Indaiatuba uma referência de pólo industrial no estado. Por prestar atenção neste novo perfil da cidade, a Secretaria de Estado de Educação iniciou, em abril deste ano, um projeto de curso técnico aos estudantes de Ensino Médio da rede estadual. O programa, feito em parceria com a prefeitura da cidade, vai favorecer mais 2 mil jovens.

De acordo com a secretaria, têm direito a fazer as aulas, jovens que estejam devidamente matriculados no 3º ano do Ensino Médio. Os alunos devem optar pelos cursos de informática, automação industrial, segurança do trabalho, logística, ou processos químicos. Os esforços – tanto do município, quanto do estado – são para que, depois dos 18 meses de formação, todos saiam encaminhados com um estágio remunerado ou, até mesmo contratados pelas empresas da cidade.

Marinês Fine, assessora de projetos da Secretaria Estadual de Educação, explica que a cidade de Indaiatuba faz parte de um projeto maior do governo do Estado, que pretende expandir cursos profissionalizantes para outras cidades. Até o final deste ano, as aulas podem chegar também nos municípios de Barretos, Dracena, Jaú e Piracicaba.




Investimento e resultado
A cidade de Indaiatuba aposta no ensino profissionalizante desde 1985 e para isso criou a Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (Fiec), na qual investe 2% do orçamento bruto do município, além dos 25% por obrigatoriedade. “Temos aproximadamente 100% de absorção dos nossos jovens no campo de trabalho”, diz Hamilton Lombardi Soares, superintendente da Fiec. “Já nos concursos públicos da região, cerca de 60% dos dez primeiros classificados são alunos da Fiec”, complementa.

Em 2005 a Fiec realizou um censo com 740 indústrias e 9 mil postos de comércio e serviços da cidade. Com isso levantaram que a principal demanda de trabalho local encontra-se na área de segurança do trabalho, assim um dos novos cursos inaugurados é justamente o de Segurança do Trabalho. O senso ajuda a instituição se adequar as necessidades das empresas.

A partir do segundo semestre desse ano, 500 vagas de ensino técnico serão criadas para os alunos freqüentadores do EJA (Ensino de Jovens e Adultos). Além disso, atenderá outros 400 estudantes de Capivari, município vizinho.





Leia mais:
Parceria com prefeitura de Indaiatuba beneficiará cerca de 2.000 alunos do Ensino Médio


A Secretaria de Estado da Educação e a Prefeitura de Indaiatuba (via Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura - Fiec) fecharam parceria para oferecer curso técnico profissionalizante a 2 mil alunos da rede estadual. Os estudantes do 3º ano do Ensino Médio da rede estadual na cidade poderão participar dos cursos: informática, automação industrial, segurança do trabalho, logística e processos químicos. O ensino começou no mês passado.

Os cursos terão duração de 18 meses. A expectativa é que a maioria dos alunos já saia com estágio remunerado ou empregada. Os cursos serão voltados para o mercado de trabalho de Indaiatuba, que abriga empresas importantes, como Unilever e Toyota. É o início de um projeto da Secretaria para diversificar o currículo do Ensino Médio na rede estadual de Educação.

Outras parcerias estão sendo fechadas pela Secretaria, com prefeituras de todo o interior paulista. “É um início importante. São dois mil alunos que poderão ter curso técnico. Além da formação tradicional, terão uma formação para entrar no mercado de trabalho”, afirma a secretária de Estado da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro. “Estado e prefeitura trabalham conjuntamente para beneficiar os estudantes da cidade. Pela primeira vez todos alunos de uma rede de um município paulista são beneficiados com cursos técnicos”.

As aulas em Indaiatuba serão assim distribuídas: quem estuda de manhã terá uma vez por semana aulas na Fiec. Quem estuda à noite freqüentará o curso aos sábado.

Ensino Médio profissionalizante
A Secretaria implantará 50 mil vagas para Gestão de Pequenas Empresas já no segundo semestre deste ano. A pasta definiu que esta modalidade será oferecida a 50 mil alunos, todos da Grande São Paulo, a partir do 2º ano. Somente para a capital serão cerca de 24 mil vagas.

O curso técnico será semi-presencial, no modelo Tele Curso Técnico, em parceria com o Centro Paula Souza, referência na área. A Secretaria estuda a forma de seleção dos alunos que poderão participar e pretende ampliar a oferta gradativamente. A idéia é, após esta fase inicial na Grande São Paulo, levar o projeto para interior e litoral do Estado.

Certificado pelo Paula Souza em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o curso terá duração de três semestres. O aluno deve começar a cursá-lo no 2º ano, nos períodos noturno e diurno. Serão seis aulas semanais.

Lista das escolas estaduais de Indaiatuba cujos alunos participam deste ensino técnico:

E.E. Aurora Scodro Groff
E.E. Prof. Hélio Cerqueira Leite
E.E. Randolfo Moreira Fernandes
E.E. Profa. Deolinda Maneira Severo
E.E. D. José de Camargo Barros
E.E. Profa. Annunzziatta Leonilda Virginelli Prado
E.E. Prof. Antônio de Pádua Prado
E.E. Prof. Camilo Marques Paula
E.E. Prof. Carlos Tancler
E.E. Profa. Helena de Campos Camargo
E.E. Joaquim Pedroso de Alvarenga
E.E. Profa. Maria Apparecida Pinto da Cunha
E.E. Prof. Milton Leme do Prado
E.E. São Nicolau de Flüe
E.E. Profa. Suzana Benedicta Gigo Ayres


As informação são da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo.

Ensino Técnico e a perspectiva do mercado de trabalho

A pesquisa “Perspectivas Estruturais do Mercado de Trabalho na Indústria Brasileira - 2015", realizada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), em 2007, com 416 empresas industriais brasileiras que, atualmente, empregam um contingente de 495.940 trabalhadores, levantou dez profissões no âmbito da indústria que apresentam os maiores índices de perspectivas profissionais, ou seja, são tidas como as Profissões do Futuro.

Dentre essas, quase todas têm profissionais formados no ensino técnico. De acordo com a pesquisa, o curso técnico ou superior é considerado requisito preponderante para 91% das carreiras analisadas. Esse resultado reflete as mudanças tecnológicas no âmbito da indústria brasileira, que mudaram a natureza do trabalho operário. Cada vez mais, será necessário deter capacitação para lidar com processo de controle e equipamentos tecnologicamente complexos.

Veja a lista das dez profissões e os índices de perspectivas profissionais de cada uma:

Índice de perspectivas profissionais: oportunidades no Mercado de Trabalho

Redução Expressiva Redução Redução Limitada Estabilidade/ Aumento
Limitado
Aumento Aumento
Expressivo
-1,0
-0,9
-0,8
-0,7
-0,6
-0,5
-0,4
-0,3
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0

1- Engenheiro de Petróleo (0,83)
2- Engenheiro Ambiental (0,75)
3- Técnicos em produção, conservação e de qualidade de alimentos (0,73)
4- Ajudantes de obras civis (0,72)
5- Analistas de sistemas computacionais (TI) (0,70)
6- Trabalhadores da fabricação de cerâmica estrutural para construção (0,70)
7- Técnicos de produção de indústrias químicas, petroquímicas, refino de petróleo, gás e afins (0,69)
8- Técnicos em fabricação de produtos plásticos e de borracha (0,67)
9- Técnicos florestais (0,67)
10- Técnicos em manipulação farmacêutica (0,67)


Veja a pesquisa na íntegra.

As informações são Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC.

   
 
   
 

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