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TERCeiro setor
09 /06/2005

Fortalecendo ONGs através da comunicação

Existem atualmente 300 mil organizações brasileiras da sociedade civil trabalhando em prol de melhorias sociais e culturais para suas comunidades, segundo dados da Agência Internacional pela Paz (Ipaz). No entanto apenas o trabalho de uma minoria chega ao conhecimento dos brasileiros e recebe apoio financeiro nacional e internacional. A maior parte das iniciativas permanece no anonimato, sem alcançar reconhecimento ou obter qualquer tipo de apoio.

No intuito de mudar esse quadro, o Ipaz oferece um programa que desenvolve capacitação e instrumentos para que as organizações civis possam divulgar seu trabalho de forma massiva e gratuita. O Programa Ipaz busca capacitar quatro ONGs do estado de São Paulo na área de comunicação, contribuindo para o fortalecimento e o aumento da visibilidade das ações promovidas por essas entidades.

Segundo a presidente do Ipaz, Oriana Monarca White, a grande maioria das ONGs não tem seu trabalho divulgado, o que dificulta a realização de parcerias e a captação de recursos.

"Trabalhamos com o empoderamento comunicacional das ONGs. O objetivo do Ipaz é desenvolver projetos comunicacionais que fortaleçam o trabalho das organizações. As pessoas desconhecem o trabalho de muitas entidades que poderiam servir de inspiração para outras iniciativas. Muitas vezes, as pessoas querem se associar e não sabem como. Em outros casos, são criadas novas ONGs em virtude do desconhecimento da existência de entidades que tratam de determinados assuntos".

O programa buscará conhecer a história, os personagens e as atividades das organizações escolhidas, captando material de comunicação para desenvolver um posicionamento institucional e um plano de comunicação específico. A intenção é capacitar e acompanhar as ONGs para que continuem desenvolvendo seus processos de comunicação, bem como montar um sistema de informação e divulgação automático e auto-sustentável entre a organização e a sociedade.

Serão oferecidos conteúdos nas áreas de Rádio e Televisão, Relações Públicas, Marketing, Fotografia e Pesquisa. As organizações ainda terão à disposição o contato da rede de jornalistas e colaboradores da Ipaz em âmbito nacional e internacional.

O processo metodológico do programa segue oito etapas, a começar pelo cadastramento das entidades e sua seleção. Em seguida, mobilização de estudantes e agentes de comunicação; realização de pesquisa; desenvolvimento de kit de comunicação (composto de portfólio, apresentação em PowerPoint, em disquete e CD, mil folhetos e um vídeo ou a produção de um site, conforme preferir a instituição); capacitação para apresentação, montagem de press-release e contato com a grande mídia. Haverá ainda a divulgação das atividades da organização, inserção na Agência de Notícias Ipaz e capacitação para a manutenção do fluxo de informações. Finalmente, durante seis meses, o acompanhamento e a supervisão das atividades promovidas pela entidade.

Serão realizados estudos antes e após a finalização do programa com cada organização, de modo a avaliar sua situação inicial e final em relação ao seu processo comunicativo. Também serão produzidos relatórios semestrais, para analisar o desenvolvimento do programa, após quatro e oito meses. Quem fica responsável pela elaboração desses relatórios é uma equipe técnica específica, composta por profissionais de mídia, educadores pela paz e professores universitários das várias áreas.

Inicialmente o programa cobre apenas o estado de São Paulo, mas pretende se expandir para todo o país. As entidades passarão a ter um material de divulgação e captação de recursos e seus membros serão capacitados no processo de comunicação. Além disso, o programa oferece estágios para estudantes de comunicação e acompanhamento realizado pelas universidades parceiras. A idéia, de acordo com a presidente da Ipaz, é que, ao final do processo as entidades consigam captar recursos e se comunicar com a mídia da melhor forma possível.

As instituições interessadas devem se cadastrar até 15 de junho, no site do Ipaz. Podem participar ONGs com no mínimo dois anos de experiência e que além de registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) tenham lema e missão bem definidos. A seleção será feita na última semana de julho, pelos membros do Conselho de Paz da Ipaz, composto por profissionais e militantes da área e pelos apoiadores. O programa tem início no dia 9 de agosto.

 

JOANA MOSCATELLI
do site Rits (Rede de Informação do Terceiro Setor)

   
 
 
 

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