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ceará
10/02/2005
Museu preserva fatos históricos da escravidão

REDENÇÃO(CE)- Distante 52 quilômetros de Fortaleza,o município de Redenção entrou para história pelo pioneirismo na libertação dos escravos. Foi em primeiro de janeiro de 1883, um ano antes da escravidão ter acabado oficialmente no Estado e cinco anos antes da Princesa Izabel assinar a Lei Áurea, decretando a libertação dos escravos no Brasil.

Pelas datas, percebe-se o quanto é antiga essa história. Um pouco dela, entretanto, está preservada fora das páginas dos livros, num casarão do Século XVIII, mantido quase intacto em Redenção, onde funciona a “Senzala do Negro Liberto”. O Museu existe oficialmente desde o ano passado. Tem servido como base para muitas aulas de campo das escolas do Município e de cidades vizinhas. Agora, neste período de alta estação, conseguiu atrair muitos turistas, inclusive estrangeiros.

A uma primeira vista, a atração parece ser o próprio casarão com suas formas coloniais, seus incontáveis cômodos e a instalação num engenho de açúcar. Mas se engana quem pensa assim. Ao entrar no prédio, passa-se pelo piso em pedra portuguesa, vê-se as grossas paredes com mais de 50 centímetros de espessura, e se adentra à senzala. É ela o maior atrativo. Para começar, a escuridão recebe o visitante. Depois, vem a história.

O barulho do chicote, o arrastar das correntes e os gritos no tronco não existem mais. A memória das torturas no período da escravidão, entretanto, permanece viva no local onde os negros ficavam confinados. Vãos escavados nas paredes que funcionavam como celas solitárias para o castigo, algemas, tronco e chicotes se espalham na área. Estão desativados, mas provocam curiosidade e mal estar a quem os vê.

De fato, é tudo muito chocante, admite a diretora do Museu, Valéria Muniz. Entretanto, continua ela, por mais doído que seja, não se pode furtar a verdade. E talvez seja justamente por isso, diz, que é uma das idealizadoras do “Senzala”, que o empreendimento venha atraindo tanta atenção. Prova disso é a quantidade de visitantes.

Nos primeiros meses, Valéria conseguia levar até três ônibus com visitantes por mês, recebendo, então, cerca de 150 pessoas. De dezembro do ano passado até agora, entretanto, através de parceria com agência de turismo, aumentou esse número para 500 visitantes. Isso, porém, não significa dizer que está tudo bem.

O Museu de propriedade particular — funciona no Engenho Livramento, da família Muniz Rodrigues, onde se fabrica a cachaça Douradinha — se mantém as custas do preço das visitas (R$ 2,00 adultos, R$ R$ 1,00, crianças e escola) e da venda de souvenirs numa loja instalada no casarão. Como nem sempre é alta estação, Valéria teme pelos meses de visitação mais fraca. “A gente vai sempre dando um jeitinho, mas não sabe até quando”, diz, enfatizando, entretanto, que por ela o Museu ficará centenário como o casarão.

ERILENE FIRMINO
do jornal Diário do Nordeste, Fortaleza- CE

   
 
 
 

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