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MUDANÇAS
10/11/2004
Capital humano, ativo mais valioso das empresas

Esqueça segredos industriais e ferramentas miraculosas de controle financeiro. O grande investimento das corporações será num recurso que elas têm desde a primeira empresa criada no mundo: gente. A opinião é compartilhada por renomados consultores brasileiros e estrangeiros, que participaram ontem da Expo Management World, em São Paulo.

"Hoje, o principal ativo de uma empresa é o capital humano. Quem sacrificar isso tenderá a morrer. Pode demorar cinco a dez anos no caso de uma grande companhia, mas ela tende a morrer ou ser engolida por outra empresa", alerta o consultor holandês Arie de Geus, que trabalhou 38 anos na Shell, inclusive no Brasil.

Outro guru, o americano Thomas Stewart, especialista no tema capital intelectual — as idéias usadas para gerar riqueza — faz uma ressalva: esta é a era dos empregados, sim, mas daqueles que realmente têm talento. Segundo ele, até a década de 70 era mais fácil substituir trabalhadores, e o capital (nesse caso, os donos das empresas) ganhou a luta contra o trabalho. Ao longo da década de 80, os sindicatos perderam força, e hoje o conflito é entre capital e talento.

"Isso é interessante, mas socialmente perigoso. Os sindicatos conseguiam estabelecer uma espécie de média (de salários). Hoje há mais diferença na distribuição de renda", diz Stewart.

O presidente da consultoria FranklinCovey no Brasil, Paulo Kretly, afirma que, se estamos no período das informações que circulam livremente, a próxima era é a da sabedoria: transformar o conhecimento em ação, filtrando as informações. Em outras palavras, será a vez do talento.

A consultora Maria Silvia Bastos Marques, que já presidiu a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), tem uma receita: sempre trabalhar com gente melhor do que ela. Maria Silvia concorda que o grande diferencial de uma empresa é seu pessoal, pois o resto é commodity (mercadoria), que se compra. Ela ressalta que na época de bonança os funcionários podem não ser um diferencial tão grande, mas nas épocas mais duras, sim.

Geus lembra que as empresas em ascensão hoje são exatamente aquelas pobres em capital e ricas em intelecto, como consultorias e escritórios de advocacia.

O investimento prioritário no funcionário não foi exatamente o que mundo viu recentemente, com as demissões em massa nas empresas. E muita gente tremia só de ouvir falar em uma consultoria ajudando a reestruturar sua empresa, pois a receita certamente incluiria demissões.

Para Kretly, essa fase de demissões nas empresas está passando (já haveria até recontratações), e é hora de capacitar as pessoas que ficaram para torná-las mais produtivas.

" Se precisar fazer uma reestruturação, uma empresa deve tentar manter o maior número de funcionários que puder", aconselha Geus.

17% de devolução
O eco das demissões ainda é forte nas empresas, e há muitas questões que Kretly considera “grotescas” a serem resolvidas. Pesquisas feitas pela FranklinCovey com empresas americanas mostraram que apenas 17% dos funcionários faziam suas atividades pensando no desenvolvimento da companhia. Outras curiosidades: menos de 40% confiavam em seus líderes e 48% ainda não estavam à vontade para expressar o que sentiam dentro da empresa.


MARIA FERNANDA DELMAS
do jornal O Globo

   
 
 
 

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