educação
11/12/2007

Para Sindicato dos Médicos, faculdades praticam estelionato educacional

Erika Vieira

“O sindicato entende que o baixo desempenho dos estudantes de medicina no exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) se deve ao estelionato educacional praticado pelas faculdades. É fruto da exploração mercantil do ensino”, diz o presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), Cid Célio Jayme Carvalhaes. Pelo terceiro ano consecutivo o teste é realizado. O índice de reprovação cresceu 18 pontos percentuais no primeiro ano e 25 pontos no segundo. O resultado é uma reprovação de 56% dos universitários do sexto ano de medicina que compareceram às provas em 2007.

Profissionais despreparados são formados por instituições que não fornecem a infra-estrutura adequada. “As faculdades fazem prédios bonitos, mas que não significam nada. Faltam instalação de equipamentos, estrutura de ensino, corpo docente bem preparado e hospital de referência próprio”, afirma Carvalhaes.

Para um médico se formar, é necessário passar pelo período de residência, um tipo de estágio obrigatório em que se vive o dia-a-dia da profissão na prática. Universidades como a USP e a Santa Casa, as duas mais bem pontuadas no exame do Cremesp, possuem hospitais próprios, ambos reconhecidos como institutos de referência médica. Esse é um dos fatores que mais contribuem para a boa formação dos estudantes. Essa não é, porém, a realidade de grande parte das escolas. “Muitas usam o artifício de se credenciar em hospitais assistenciais que não possuem estrutura de ensino.”

“Há mais de 15 anos, lamentamos a má qualidade das faculdades; agora estamos começando a ver os resultados danosos”, afirma Carvalhaes. Por conta disso, já existe um projeto de lei na Câmara dos Deputados que determina a moratória por dez anos na abertura de uma faculdade de medicina. O Simesp está pedindo que seja inclusa a fiscalização obrigatória das universidades em funcionamento.

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