Conselho quer ampliar de 3,5% para 10% o índice
de estrangeiros na graduação; brasileiros estão
entre os mais procurados
Estudar em uma das 40 instituições que
estão no projeto, a maioria delas públicas,
custa de US$ 10 mil a US$ 20 mil por ano
Um grupo de 40 universidades americanas (a maior parte delas
públicas) criou um conselho para atrair mais estudantes
estrangeiros. Brasileiros estão "em falta"
e, portanto, ficam entre os mais desejados.
A estratégia do Conselho Americano de Recrutamento
Internacional, conhecido por Airc, na sigla em inglês,
é credenciar agências de intercâmbio que
considerarem "sérias" para promover os seus
cursos.
Hoje, 3,5% dos alunos de graduação nos EUA vêm
de fora do país. "A média ideal é
de 10% para que os estudantes americanos aprendam sobre outras
culturas e façam contatos que serão importantes
no futuro", diz Mitch Leventhal, presidente do conselho
e da Universidade de Cincinnati (Ohio).
Ele diz que alunos de países de economias emergentes,
como Brasil e Rússia, estão entre os mais procurados.
"A prioridade são alunos de ótimo nível,
que sirvam de exemplo para os outros, mas a diversidade é
muito valorizada. Em Cincinnati, dos quase 2.000 estrangeiros,
55% são chineses, sul-coreanos e indianos. Temos só
cinco brasileiros, muito pouco para um país estratégico,
que nossos alunos precisam conhecer melhor", diz Leventhal.
André Simonetti, gerente de universidades da Central
de Intercâmbio, em São Paulo, diz que poucos
o procuram para estudar nos EUA. "O custo do estudo é
alto e o aluno precisa ter um nível de inglês
muito avançado, comprovado no [exame de proficiência]
Toefl, o que nem todos conseguem."
Em média, estudar nas instituições participantes
do conselho custa de US$ 10 mil a US$ 20 mil por ano (em torno
de R$ 23 mil a R$ 46 mil).
O conselho espera filiar cem membros nos próximos meses.
Nos 40 atuais, há instituições como a
Universidade do Colorado, em Denver, e a Universidade do Texas,
em Santo Antônio. Harvard, Yale e outras estreladas
não se filiaram -nem deverão, diz a Airc, por
já serem muito visadas.
Daniel Bergamasco
Folha de S.Paulo
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