desperdiço
13/08/2007

Descaso: R$ 60 mi gastos no projeto da (não) despoluição do rio Pinheiros

João Batista Jr.


Lançado em 2001, o projeto de despoluição do rio Pinheiro já consumiu R$ 60 mi e, mesmo assim, ainda não foi realizado. Idealizado pelo então governador Mário Covas, a proposta era fazer com que a água do rio chegasse limpa na represa Billings para gerar energia. Hoje, hidroelétrica Henry Borden utiliza a água que chega via bacia do Alto do Tietê.

A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) vê na despoluição uma fonte de energia, uma vez que não se pode usar a água do rio desde 1992 por conta da poluição. “Com o interesse da Emae em ampliar e modernizar a termoelétrica a gás, Usina Piratininga, tratar a água do rio Pinheiros tornou-se uma necessidade pela exigência de água limpa para refrigeração”, informa o diretor de Controle de Poluição Ambiental da Cetesb Orlando Zuliani Cassettari.

O Governo de São Paulo estabeleceu parceria com a Petrobrás para a construção desta Usina. “Daí a Petrobrás, a Secretaria de Energia e Saneamento e a Secretaria de Meio Ambiente uniram esforços para o tratamento do Rio.”

Depois de firmado o acordo no dia 7 de dezembro de 2001, começou, em vão, o investimento para despoluir o rio que corta São Paulo. Pois, parte do maquinário comprado para realizar uma despoluição pelo sistema de flotação está com as peças enferrujadas, pelo fato de nunca terem sido usadas nem bem armazenadas. O valor gasto até agora foi de “cerca de R$ 60 mi”, segundo Cassettari.

Briga política
”Isso é de uma truculência muito grande porque o rio não tem partido político.” A frase é do deputado federal Ricardo Trípoli (PSDB), que, à época, era responsável pela secretaria do Verde e Meio Ambiente. Por considerarem que o sistema de flotação afetaria a qualidade da água que seria bombeada até a represa Billings, os deputados José Mentor (federal) e Donisete Pereira Braga (estadual), ambos do PT, entraram com duas ações na Justiça, uma na esfera federal e outra na estadual – que aceitou o pedido, e mandou interromper o processo e despoluição.

Afirmando ser favorável à despoluição do rio Pinheiro, Mentor diz que entrou na Justiça por não estar de acordo com os trâmites que envolviam a despoluição. “A idéia de realizar flotação surgiu quando o governo estadual pretendia viabilizar a privatização da Emae, empresa controladora da hidrelétrica Henry Borden”, informa o deputado. “Assim, sem ouvir as prefeituras do entorno da represa, sem ouvir os técnicos especialistas no assunto e sem realizar o necessário Estudo de Impacto Ambiental, o governo tentou realizar um projeto altamente questionável.”

“Se houver vontade política, a despoluição pode ser levada adiante”, acredita Tripoli. O tucano afirma que a despoluição do rio Pinheiros é um compromisso a ser cumprido. “As pessoas têm de voltar a amar o rio.”

   
 
   
 

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