cinema
18/06/2007

Assista ao vídeo “Eu fiz Querô”

Acesse o site do filme (http://www.queroofilme.com.br/site.htm) e confira os garotos nas oficinas de preparação dos personagens. Para assistir, vá à coluna da direita e clique no link de vídeos, escolha a opção making off, localizada no primeiro quadro a direita, da animação e veja "Eu fiz Querô".

Quem tiver interesse em conferir mais detalhes pode ir na pré-estréia do documentário “Eu fiz Querô”, hoje às 20h no Cine Bombril. A exibição é gratuita, seguida de debate com a participação do ator principal Maxwell Nascimento, dos montadores do documentário Eduardo Bezerra da Silva e Samuel de Castro, do diretor Carlos Cortez, do colunista da Folha e colaborador do projeto, Gilberto Dimenstein, e de Junior, líder do AfroReggae.

Serviço:
Pré-estréia do documentário "Eu Fiz Querô"
Quando: hoje, às 20h
Onde: Cine Bombril (av. Paulista, 2.073, Conjunto Nacional, SP, tel. 0/ xx/11/3285-3696)
Quanto: grátis, com distribuição de convites a partir das 19h, na bilheteria


Tesouros escondidos


Carlos Cortez, o psicólogo que virou cineasta

João Batista Jr.

Formado em psicologia e pós-graduado em psicologia social, Carlos Cortez encontrou nas câmeras a sua realização. Nascido em São Paulo há 51 anos, o cineasta-psicólogo diz ter um carinho especial pela cidade de Santos. “Muitas coisas me levam até lá”.

Na infância, era atraído pelas praias – das quais ele rememora pelas fotografias tiradas por seus pais. “Tenho um retrato que me mostra bem criança brincando na praia do Gonzaga”, lembra Cortez.

Anos mais tarde, escolheu o curso universitário porque “queria entender a alma humana”. “Mesmo hoje sendo cineasta, sei que ter feito psicologia foi importante, mudou minha forma de perceber as coisas”.

E com esse olhar diferenciado, Cortez se deparou com o trabalho de Plínio Marcos, escritor nascido em Santos que aborda o universo dos excluídos. “Li muito as obras do Plínio”, conta. Mas uma chamou mais sua atenção. “Um dia demonstrei interesse em adaptar ‘Uma reportagem maldita – Querô’ ao Plínio, que me deu apoio”.

Alguns anos se passaram, Plínio morreu e Cortez desceu a serra mais uma vez. Mas agora para fazer pesquisa, para se infiltrar na região portuária da cidade, para compreender o que leu nas páginas do livro do autor santista. “Fiquei seis meses fazendo pesquisa para rodar Querô. Morei ali na área do porto, que considero um local muito globalizado e cheio de contrates”.

“É outra realidade: o porto é rodeado de uma miséria muito grande, pessoas morando em cortiços, prostituição, consumo de drogas”. Par dar vida a um contexto social tão denso, Cortez decidiu usar a população local como elenco de seu filme. Sabia que com eles Querô teria mais vida.

Começou, então, um processo de busca: 1.200 pessoas foram testadas, das quais 200 foram selecionadas para uma maratona de testes de quatro dias – quando a equipe do cineasta selecionou os 40 finalistas para compor o elenco. “Tem gente da região do porto e dos morros de Santos e Cubatão”, informa o cineasta.

“Eles são de uma disciplina fantástica e superam muitas dificuldades”. Entre elas, vencer o preconceito. “Um dos jovens selecionados é homossexual assumido, com trejeitos e tudo mais. Nos começo dos ensaios, ele sofreu certa discriminação dos outros adolescentes, mas isso passou rápido e todos são amigos”, comemora Cortez.

Rodado em seis semanas, Querô já colhe premiações em festivais importantes, como o Ibero-americano. “Trabalhar com cinema mudou a cabeça dos jovens, eles ficaram mais inquietos”. Depois das filmagens, a equipe decidiu formar uma oficina de arte na qual os integrantes do elenco pudessem extravasar suas veias artísticas.

Foi, assim, criada a Oficina Querô, que funciona com o apoio da Unisantos, Sesc e Prefeitura. “São selecionados 40 adolescentes por semestre, tempo em que eles aprendem a filmar, elaborar roteiro, a discutir o mercado”.

Para que os jovens tenham uma oportunidade no mercado de trabalho, a Associação Comunidade de Mãos Dadas (ACDM) criou este semestre uma produtora para que eles consigam viver dos recursos oriundos da nova profissão.

“Os jovens fazem um trabalho sério e reconhecido”, avalia Cortez. “Até a Abrinq os levou na Comissão de Direitos Humanos do Senado para rebater a redução da maioridade penal”. Aqueles que viveram em situação de risco acreditam que elaborar ações sociais de inclusão é um caminho melhor do que o aumento de medidas punitivas.

   
 
   
 

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