CONSCIÊNCIA
16 /11/2007

Tema do Carnaval de 2008 serão os 120 anos
de abolição

Heitor Augusto

“Queremos discutir o negro na sociedade, fazer parte da história deste país. Faltam muitos dos nossos direitos”. Assim a presidente da União das Escolas de Samba de São Paulo (Uesp), Edléia dos Santos, explica o porquê de o carnaval organizado pela entidade ter como tema, em 2008, aspectos históricos e culturais dos negros.

A Uesp organiza todos os desfiles dos grupos e blocos, à exceção do Grupo Especial e de Acesso, que reúne as escolas mais conhecidas (como Vai-Vai e Gaviões da Fiel, entre outras) e é transmitido pela TV. Os desfiles das duas primeiras “divisões” do samba são organizados pela Liga das Escolas de Samba, cisão da Uesp ocorrida em 1986.

A idéia é aproveitar a marca de 120 anos de abolição da escravidão no Brasil e, por meio dos samba-enredos, ressaltar detalhes da religiosidade, culinária, música, e outros tipos de artes e traços culturais construídos essencialmente por negros.

Tradicionalmente a Uesp elege o tema do carnaval do ano. Porém, essa é a primeira vez que entidade e escolas vão tratar do mesmo tema – no caso, a abolição da escravatura. “Já falamos dos 450 anos da cidade de São Paulo, dos 500 anos de descobrimento”, lembra Edléia. “Este ano, falamos com os presidentes e eles gostaram da idéia. Vamos trazer à baila a cultura negra”, complementa.

64 escolas pela cidade
Além do Sambódromo, onde as escolas do Grupo I da Uesp desfilam, as quatro regiões da cidade recebem apresentações: Vila Esperança (zona leste), Vila Maria (zona norte), Butatã (zona oeste) e Autódromo de Interlagos (zona sul). Ao todo, são 64 escolas, incluindo os tradicionais blocos carnavalescos.

Mais eventos para 2008
Os projetos da Uesp para comemorar os 120 anos de abolição são ambiciosos: programa de TV, gravação de CD, Semana da Mulher Negra, além do Troféu Novos Abolicionistas. “O Zumbi, que é homenageado em 22 de novembro, dia da Consciência Negra, é um de nossos heróis. Mas precisamos criar novos Zumbis”, afirma Edléia.

Entre os projetos e a execução, há um caminho a ser percorrido. E esse caminho depende principalmente do Ministério da Cultura. A União das Escolas de Samba aguarda a liberação de verba no MinC para captar junto à iniciativa privada.

História do samba paulistano
Outro projeto, que já está aberto ao público, é o Centro de Memória e Documentação do Samba Paulista, que reúne cerca de 70 mil títulos, entre fotos, reportagens, filmes, LPs e CDs. “Também precisamos de verba para digitalizar o acervo”, reivindica a presidente da Uesp.

   
 
   
 

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