Leitura
17/03/2008

Banca de jornal só para literatura

Erika Vieira


Ao invés do jornal de cada dia que compramos na banca de jornal, os moradores de Paraisópolis estão tendo acesso ao livro de cada dia que também vem de uma banca de jornal, ou melhor, da “Banca do Futuro – a biblioteca dos sonhos”.

Uma banca nos moldes das bancas de revistas, mas contendo apenas livros de literatura, foi montada na favela para servir de biblioteca para a comunidade. Iniciativa que pretende diminuir o número de 15 mil analfabetos do local, sendo 31% jovens.

Inaugurada, nesta última sexta-feira, com mil títulos a banca tem capacidade para arrecadar cinco mil exemplares. Os habitantes gostaram tanto da novidade que já demonstram vontade de doarem alguns livros. A unidade fica em frente a associação do bairro, sendo cuidada pelos próprios moradores.

O público alvo são as crianças que são estimuladas a leitura através de uma apresentação teatral - programada para acontecer todo fim de tarde - que encena parte de uma obra literária, mas o final não é revelado. Para elas descobrirem o desfecho da história, precisam fazer o empréstimo do livro para lerem. “A banca está proporcionando acesso da população aos livros. A banca estimula a criança desde cedo, influencia no desenvolvimento e atinge as crianças, que estão fora da escola, para aprenderem a ler”, fala Gilson Rodrigues, presidente da Associação dos Moradores de Paraisópolis.

Surgimento
“Banca do Futuro – a biblioteca dos sonhos” começou como uma experiência piloto em Salvador, no ano de 2002. “95% das escolas públicas de Salvador não tinham biblioteca,. Então encontramos essa solução barata. Mas, a prefeitura não se interessou em levar adiante”, conta Jonar Brasileiro, idealizador do projeto e membro da Supra RSC – Responsabilidade Social Corporativa, empresa implementadora do projeto com o Apoio da Avon Cosméticos. “Um dos problemas da Educação é a leitura. A criança sai do ensino fundamental sem saber ler e como o livro é um equipamento básico para se formar leitores, resolvemos colocar uma banca no pátio da escola.”

A idéia surgiu para ser instalada em escolas ou em locais culturais que não possuem espaço físico, pois a banca pode ficar até na parte externa da instituição que não tem problema de pegar chuva. Além de ser uma saída barata financeiramente.

As cidades de Santo André, Campinas e Presidente Prudente também ganharão uma unidade. Em Diadema já há uma. Agora a intenção é expandir para todo o Estado de São Paulo.


Serviço:
Banca do Futuro
aberta das 9h às 17h
Rua Ernest Renan, 1366
Paraisópolis - São Paulo (SP)

   
 
   
 

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